Política

Brasil deveria manter salário mínimo congelado por seis anos, diz Armínio Fraga

Por 7segundos com uol 13/04/2025 16h04
Brasil deveria manter salário mínimo congelado por seis anos, diz Armínio Fraga
Armínio Fraga, ex-presidente do BC - Foto: Portal Uol


O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (1999–2003), defendeu neste sábado (12) que o Brasil congele o salário mínimo "em termos reais" por um período de seis anos. A declaração foi feita durante a Brazil Conference, evento realizado na Universidade de Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, nos Estados Unidos.

Segundo Fraga, a medida seria necessária para conter o crescimento do gasto público e viabilizar um ajuste fiscal mais rigoroso. “O Brasil precisa congelar o salário mínimo em termos reais por seis anos”, afirmou. Na prática, isso significa que o valor do salário mínimo continuaria sendo reajustado apenas pela inflação, sem ganho real — o que vai na contramão da atual política do governo federal, que prevê aumentos acima da inflação de até 2,5%.

A valorização real do salário mínimo foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 e tem sido mantida em seu atual mandato.

Durante sua participação na conferência, Fraga também defendeu uma "reforma radical" no Estado brasileiro. Ele destacou que os gastos com folha de pagamento e previdência consomem cerca de 80% das despesas públicas, número que considerou “completamente fora da curva”. Para o economista, sem uma revisão profunda desses custos, será difícil equilibrar as contas do governo.

Críticas ao cenário internacional



O economista aproveitou o evento para comentar o cenário político internacional. Ao se referir ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Fraga expressou preocupação com a postura do líder norte-americano em relação a países vizinhos.

“Quando vejo o presidente dos Estados Unidos maltratando, humilhando o Canadá, o México, fico assustado. Onde vamos desse jeito?”, questionou. Ele também defendeu que o Brasil adote uma postura mais cautelosa e independente no cenário internacional. “O melhor, neste momento, é o Brasil manter certa independência e ser mais cuidadoso nas suas posições”, concluiu.