MPF recomenda criação de comissão de acessibilidade em todos os campi da Ufal
Universidade deve adotar medidas para garantir inclusão e eliminar barreiras enfrentadas por estudantes com deficiência
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou, nesta terça-feira (6), que a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) adote uma série de medidas para garantir a plena acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência em todos os seus campi. Entre as principais providências está a criação, no prazo de 60 dias, de uma Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, com composição paritária entre docentes, discentes, técnicos-administrativos e representantes da comunidade acadêmica com deficiência.
A recomendação tem caráter preventivo e decorre de relatos colhidos em inquéritos civis e audiência pública que apontaram diversas falhas na política institucional de inclusão da universidade, como a ausência de plano de acessibilidade atualizado, atraso na adaptação de materiais didáticos e falta de recursos assistivos. Também foram registrados casos de evasão de estudantes por falta de atendimento adequado, inclusive com relatos de acidentes e impactos psicológicos.
O MPF estabeleceu o prazo de 10 dias para que a UFAL informe se acatará a recomendação e quais providências foram ou serão adotadas.
Plano de acessibilidade e medidas urgentes
O MPF destaca que a nova comissão deve elaborar, em até 120 dias após sua criação, um novo Plano de Acessibilidade e de Atendimento Diferenciado, com metas, cronograma de execução e previsão orçamentária. Entre as atribuições do colegiado estão: propor diretrizes para promoção da acessibilidade em todas as suas dimensões, realizar mapeamento periódico das condições dos campi, acompanhar políticas institucionais de inclusão e atuar como instância consultiva em casos de discriminação ou negativa de adaptações razoáveis.
A recomendação também prevê medidas específicas para a gestão universitária, como garantir ampla divulgação das políticas de acessibilidade, fiscalizar seu cumprimento e responsabilizar casos de descumprimento. Todos os pró-reitores, diretores de unidades acadêmicas e coordenadores de cursos deverão ser formalmente notificados quanto à obrigação de elaborar e implementar planos educacionais individuais para estudantes com deficiência, oferecer materiais didáticos com antecedência, realizar as adaptações pedagógicas e participar de ações de capacitação e sensibilização.
Audiência pública e denúncias
Em março deste ano, durante audiência pública realizada pelo MPF, com apoio da UFAL, estudantes com deficiência relataram obstáculos como barreiras arquitetônicas, práticas capacitistas, ausência de incentivo à participação em projetos acadêmicos e inexistência de plano vigente de acessibilidade. Foi reiterada, à época, a necessidade urgente de uma comissão permanente, com participação dos alunos, para tratar do tema na instituição.
O MPF destaca que a recusa ou a omissão injustificada no fornecimento de tecnologias assistivas pode configurar, em tese, improbidade administrativa e crime de discriminação, conforme a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015).
Últimas notícias
Influenciadora falsifica documento para se passar por policial e operação da Polícia é realizada em Alagoas
Colisão entre motocicletas deixa feridos na BR-316 em Palmeira dos Índios
“Ser trans, por si só, não implica em prejuízo educacional”, afirma Caio Bebeto criticando criação de cota trans na UFAL
Lula sanciona lei que transfere capital para Belém temporariamente
Sete líderes do Comando Vermelho vão para prisões federais
Ufal terá reserva de vagas para pessoas trans no próximo Sisu
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
