Alagoas tem maior proporção de pessoas com deficiência do país, com quase 10% da população
Mais de 291,5 mil alagoanos têm algum tipo de deficiência; proporção em relação à população total é a maior do país

Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (23), mostram que Alagoas ocupa o primeiro lugar no país em percentual de pessoas com deficiência (PcDs). Cerca de 9,6% da população do estado com dois anos ou mais apresenta algum tipo de dificuldade funcional, valor que corresponde a 291.546 pessoas que necessitam de políticas públicas de acessibilidade e inclusão.
Entre os 9,6% de PcDs em AL, a maioria (6,8%) tem uma dificuldade funcional (206.377 pessoas) e 2,8% têm duas ou mais dificuldades (85.169 pessoas).
No Brasil, aproximadamente 7,3% da população – 14,4 milhões – possui algum tipo de deficiência. Todos os estados do Nordeste têm índices superiores à média nacional.
Atrás de Alagoas (9,6%), os estados do Piauí (9,3%) e Pernambuco (8,9%) figuram entre aqueles com maior proporção de PcDs do país. Na outra ponta, Roraima (5,6%) tem o menor percentual de pessoas com deficiência entre as unidades da federação, seguido por Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6%).
Conceito de PcD
O Censo 2022 considerou como pessoa com deficiência (PcD) quem, a partir dos 2 anos de idade, declarou não conseguir de modo algum ou ter muita dificuldade para realizar atividades nos quesitos examinados, mesmo com uso de aparelhos de auxílio como óculos, bengala, aparelho auditivo, etc.
A pesquisa investigou cinco domínios funcionais: enxergar (dificuldade permanente de visão); ouvir (dificuldade permanente de audição); mobilidade com membros inferiores (dificuldade permanente em andar ou subir degraus); coordenação motora fina (dificuldade permanente para pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas de garrafas) e funções mentais (limitação mental ou dificuldade permanente em se comunicar, realizar atividades de autocuidado, trabalhar ou estudar).
Perfil da pessoa com deficiência em Alagoas
A existência de deficiência se torna mais prevalente nas populações mais velhas. As faixas etárias com maior proporção são as de 100 anos ou mais (75,3%), 70 anos ou mais (36%) e 60 anos ou mais (28%).
Contudo, populações que ainda não são consideradas idosas também já apresentam percentuais de pessoas com deficiência acima da média nacional no estado. A partir da faixa etária dos 40 anos, a proporção de PcDs tende a ser maior do que a média brasileira. É o caso dos 40 a 44 anos (8,6%); 45 a 49 anos (12,1%); 50 a 54 anos (15,7%) e 55 a 59 anos (18%).
Mulheres são maioria entre as pessoas com deficiência em Alagoas. No recorte de gênero, a proporção de PcDs é de 10,8% para elas e de 8,2% para os homens. Alagoas apresentou o maior percentual de mulheres com deficiência no país.
Já na distribuição por cor ou raça, o maior percentual de pessoas com deficiência é encontrado na população amarela (de origem asiática) com 13%, seguido por pretos (12%), indígenas (11,6%), brancos (9,8%) e pardos (9%).
Dificuldades funcionais: problemas de visão atingem maioria dos PcDs alagoanos
Mais de 163,7 mil alagoanos têm dificuldade permanente de enxergar, mesmo com uso de óculos ou lentes de contato. Os problemas de visão foram os mais relatados entre as pessoas com deficiência que têm ao menos uma dificuldade funcional. Os números de AL seguem a tendência nacional, onde esse quesito também é a deficiência mais relatada. No Brasil, mais de 7,9 milhões de pessoas têm dificuldade para enxergar.
Problemas de mobilidade que envolvem dificuldade permanente em andar ou subir degraus, mesmo com uso de prótese ou outros aparelhos, atingem aproximadamente 109 mil pessoas em Alagoas e são a segunda deficiência mais frequente.
Deficiências relacionadas à coordenação motora fina (dificuldade de pegar pequenos objetos e abrir ou fechar tampas) ocupam o terceiro lugar e atingem quase 59 mil alagoanos. Limitações ligadas às funções mentais (que atrapalham a comunicação, estudo, trabalho e tarefas de autocuidado) foram relatadas por 49,8 mil pessoas no estado. Por sua vez, cerca de 42,7 mil têm problemas permanentes para escutar, mesmo com uso de aparelho auditivo.
No comparativo por tipo de deficiências, Alagoas apresentou os maiores percentuais do Brasil em pessoas com problemas de visão (5,4% da população de 2 anos ou mais); problemas de mobilidade (3,6%) e problemas de coordenação fina (1,9%).
Educação
O acesso à educação ainda é um grande desafio no estado, em especial para as pessoas com deficiência. Em Alagoas, o percentual de PcDs que não têm instrução ou que cursou apenas o fundamental incompleto chega a quase 73% das pessoas com deficiência que têm 25 anos ou mais. Na população geral, a proporção é de 44,7%.
Na outra ponta, apenas 4,8% dos PcDs concluíram o ensino superior, abaixo da média nacional de 7,4%. Entre as pessoas sem deficiência, 14,6% têm superior completo em AL.
A taxa de analfabetismo constitui outro ponto de atenção. No estado, cerca de 36,8% das pessoas com deficiência com 15 anos ou mais é analfabeta. Alagoas ocupa o segundo lugar nacional, atrás apenas do Piauí (38,8%). Considerando a população total, o estado é líder em analfabetismo (16%).
Sobre a pesquisa
O Censo Demográfico 2022 apresentou resultados preliminares da amostra sobre pessoas com deficiência e pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), traçando seus perfis sociodemográfico e educacional. O levantamento contemplou indivíduos com 2 anos ou mais de idade e seguiu as diretrizes do Grupo de Washington para Estatísticas sobre Pessoas com Deficiência (Washington Group on Disability Statistics), incluindo perguntas sobre cinco domínios de dificuldades funcionais.
Os indicadores foram desagregados por Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios, com recortes adicionais por cor ou raça, sexo e faixas etárias. Os dados estão disponíveis no portal do IBGE e em plataformas como SIDRA e Plataforma Geográfica Interativa (PGI).
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