Queda de temperatura aumenta casos de otite em crianças, alerta especialista do Hospital Ib Gatto
Paulo Lincoln faz um importante alerta sobre os riscos e cuidados com a doença, que é característica do clima frio

Com a chegada do frio, aumentam significativamente os atendimentos por infecções respiratórias, como gripes, resfriados, rinites e faringites, especialmente entre as crianças. O que muitos pais ainda não sabem é que essas infecções das vias aéreas superiores (IVAS) podem evoluir para otite média aguda (OMA), uma das principais causas de dor de ouvido e uso de antibióticos na infância.
Diante do aumento dos casos registrados, o médico do Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, Paulo Lincoln, faz um importante alerta sobre os riscos e cuidados com a doença.
A otite média aguda ocorre quando a tuba auditiva, canal que liga o ouvido médio à garganta, fica obstruída, dificultando a drenagem das secreções. Essa obstrução cria um ambiente favorável à proliferação de bactérias, provocando infecção. Em crianças, o problema é mais comum por conta da anatomia da tuba auditiva, que é mais curta e horizontal, o que facilita o acúmulo de líquidos.
De acordo com o médico generalista do Hospital Ib Gatto Falcão, Paulo Lincoln, os meses mais frios do ano favorecem o aumento das infecções respiratórias por diversos fatores, entre os quais estão maior permanência em ambientes fechados e com aglomeração, o que facilita a transmissão de vírus; clima seco e frio, que resseca as mucosas e reduz a proteção natural das vias respiratórias; e menor exposição ao sol e consequente redução dos níveis de vitamina D, essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico.
“Essas condições tornam as crianças ainda mais vulneráveis. Muitas vezes, um simples resfriado evolui para quadros mais graves, como a otite, que causa bastante incômodo e pode gerar complicações se não tratada adequadamente”, explica o médico Paulo Lincoln.
Como identificar uma otite?
Os pais devem ficar atentos aos sinais de que uma gripe ou resfriado pode ter evoluído para otite média aguda. Os principais sintomas são dor de ouvido, geralmente mais intensa ao deito, febre, mesmo que leve, irritabilidade ou choro persistente, especialmente em bebês, sensação de ouvido tampado ou perda auditiva temporária, secreção no ouvido, que pode indicar perfuração do tímpano em casos mais graves.
A principal forma de evitar a otite é prevenir as infecções respiratórias. Algumas medidas simples e eficazes incluem manter a caderneta de vacinação atualizada, especialmente contra gripe, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B, realizar higiene nasal com soro fisiológico durante os períodos de maior circulação viral, incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida; evitar ambientes fechados, com aglomerações ou exposição à fumaça de cigarro; e não oferecer mamadeira com o bebê deitado, para evitar o refluxo de líquidos para o ouvido médio.
Apesar do desconforto, nem todos os casos de otite exigem o uso imediato de antibióticos. Muitos quadros, principalmente em crianças maiores de seis meses com sintomas leves, podem regredir espontaneamente.
“Ainda é comum, durante os atendimentos de emergência, ouvirmos relatos de pais que iniciaram antibióticos em casa com sobras de tratamentos anteriores. Esse hábito é extremamente perigoso e contribui diretamente para o aumento da resistência bacteriana”, alerta Paulo Linconl.
Informação e cuidado andam juntos
A orientação correta é fundamental para evitar a automedicação e garantir o tratamento adequado das crianças. “Nosso papel vai além do atendimento clínico. É preciso investir em educação em saúde, combater informações equivocadas e reforçar o cuidado preventivo, principalmente nas estações mais frias”, acrescenta o médico Paulo Lincoln.
A relação entre infecções respiratórias e otite média aguda é evidente, mas pode ser evitada com cuidados simples e atenção aos sinais. Seguir as orientações médicas, evitar o uso indevido de medicamentos e procurar atendimento ao menor sinal de agravamento são atitudes essenciais para proteger as crianças, principais vítimas dessas complicações.
“Estar em contato com esses casos durante o estágio reforçou ainda mais minha vontade de seguir na área de otorrinolaringologia. Quero contribuir para que mais crianças recebam diagnóstico e tratamento adequados, com foco na prevenção e na escuta atenta às famílias”, conclui Paulo Lincoln, acadêmica de medicina que atende na unidade às terças e quintas-feiras, oferecendo suporte humanizado e eficiente.
Últimas notícias

Ônibus que caiu na Serra da Barriga não teve falhas mecânicas, aponta perícia; falha humana é hipótese mais provável

Lulistas alagoanos comemoram operação contra Bolsonaro: ‘Ninguém está acima da lei’

Chegada de Dudu Hollanda à Assembleia Legislativa joga Galba Novaes de escanteio

Alfredo Gaspar deixará o União Brasil se o partido firmar aliança com Lula

Últimos dias de inscrição para os cursos online e gratuitos em acessibilidade audiovisual

Bolsonaro põe tornozeleira, nega fuga e diz sofrer 'suprema humilhação'
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
