Maceió

Braskem anuncia fim definitivo da mineração e prevê dez anos para concluir preenchimento das minas em Maceió

Após ser responsabilizada por desastre ambiental que desalojou milhares de moradores, empresa promete não retomar exploração de sal

Por 7Segundos 30/07/2025 06h06 - Atualizado em 30/07/2025 07h07
Braskem anuncia fim definitivo da mineração e prevê dez anos para concluir preenchimento das minas em Maceió
Extração durante décadas é apontada como causa de afundamento em bairros de Maceió - Foto: Reprodução/Uol

O presidente da Braskem, Roberto Ramos, afirmou nesta terça-feira (29) que a empresa não voltará a realizar atividades de mineração nem a extrair sal no Brasil. A declaração foi feita durante entrevista ao videocast UOL Líderes e marca um posicionamento definitivo da companhia após o colapso geológico que atingiu cinco bairros de Maceió.

“Fechamos as minas e nunca mais vamos nos envolver nessa atividade”, disse Ramos, referindo-se à extração de salgema realizada por décadas e apontada como causa da instabilidade do solo nos bairros Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e parte do Farol. O fenômeno obrigou milhares de famílias a deixarem suas casas, tornando as áreas inabitáveis e sem serviços essenciais.

Segundo Ramos, desde que foi oficialmente responsabilizada pelo desastre, a Braskem suspendeu totalmente a mineração e iniciou o processo de preenchimento das cavidades abertas no subsolo. As minas, antes sustentadas por camadas de sal, estão sendo seladas com água ou areia, conforme a viabilidade geológica de cada ponto.

“A ideia é manter pressão para evitar deslocamentos. Em alguns locais, será usada água; em outros, apenas areia”, explicou.

O cronograma para concluir a recuperação é longo: a previsão é de, pelo menos, dez anos. “Não pode ser feito rapidamente, porque o preenchimento precisa ser gradual para não causar desestabilizações”, alertou o presidente.

Enquanto isso, moradores de áreas vizinhas às regiões desocupadas, como as comunidades Flexais de Cima e de Baixo, continuam cobrando inclusão nos programas de compensação. Eles alegam que permanecem isolados, sem serviços públicos básicos, desde que os bairros vizinhos foram esvaziados.