Invasão à casa de ex-sogros de Bolsonaro: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o crime
Casal de idosos e ex-esposa do ex-presidente foram feitos reféns durante assalto no Sul Fluminense

Bandidos armados invadiram, neste domingo, a casa dos ex-sogros de Jair Bolsonaro, na cidade de Resende, Sul Fluminense, e fizeram reféns, além do casal de idosos, Rogéria Nantes Bolsonaro, ex-esposa do ex-presidente. A Polícia Civil investiga o caso como roubo com privação de liberdade e busca imagens de câmeras de segurança da região para tentar identificar os ladrões. Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) relatou que seus avós maternos, ambos octogenários, e sua mãe ficaram na mira dos criminosos por mais de uma hora e tiveram joias e um carro da família roubados.
“Não foi um simples assalto”, escreveu o parlamentar na postagem. Segundo ele, o grupo abordou sua mãe logo que ela chegou à casa dos pais dela, identificando-a e fazendo ameaças. O senador contou que os bandidos afirmaram conhecer quem ela era e queriam saber onde estava “o dinheiro que o Bolsonaro” mandaria para seus avós.
“Reviraram a casa inteira, Como não havia dinheiro, levaram alguns anéis e fugiram roubando o carro do meu avô”, continuou ele. O senador escreveu ainda que todos passam bem, mas que o episódio foi marcado por muita violência: “Foi mais de uma hora de terror, com arma na cabeça e boca tampada com fita adesiva”.
‘Veio mandado’
Junto com o relato, ele publicou um vídeo no qual Rogéria — mãe também do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — dá detalhes do que viveu. As imagens mostram portas e gavetas dos armários da casa abertas, e objetos espalhados pelo chão e em cima de móveis da residência.

De acordo com Rogéria, os bandidos chegaram usando luvas, mas as retiraram na hora de cobrirem a boca das vítimas com fita adesiva. Durante as ameaças, disse ela, os criminosos contaram que seriam oriundos da Penha, na Zona Norte do Rio.
“Levaram os celulares, levaram algumas joias. Eles estavam procurando dinheiro. Já vieram certo, porque disseram que os amigos do Bolsonaro tinham dito que aqui tinha dinheiro, que ele mandava dinheiro para cá”, declarou ela. “Parece que já veio mandado”, acrescentou.
O GLOBO tentou ontem contato com a família, mas não obteve respostas.
De acordo com o delegado Michel André Murillo Floroschk, da 89ª DP (Resende), as investigações sobre o caso foram iniciadas ainda na manhã de ontem.
— Trata-se de roubo com privação de liberdade — reiterou Floroschk.
Em nota, a Polícia Civil disse também que foi realizada uma perícia no local, e outras diligências seguem para identificar e responsabilizar os autores do crime.
A Polícia Militar, por sua vez, informou que agentes do 37º BPM (Resende) foram acionados na manhã de ontem para atender a uma ocorrência de roubo a residência no bairro Vila Julieta, em que a família mora. De acordo com o comando da unidade, policiais constataram o fato e prestaram auxílio às vítimas, que não ficaram feridas durante a ação dos criminosos.
Após buscas na região, os agentes do 37º BPM recuperaram o automóvel pertencente à família, que havia sido levado pelos assaltantes. Não foram divulgados, no entanto, nem modelo do veículo nem onde ele foi encontrado.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro também publicou, dos Estados Unidos, um vídeo sobre o episódio.
“Sequestraram meus avós e minha mãe gritando: ‘sabemos que o Bolsonaro faz PIX para vocês. Cadê a grana?’”, disse o parlamentar.
O que falta saber sobre o crime:
- De onde são os bandidos
- O paradeiro dos bandidos
- De onde veio a informação de que haveria dinheiro na casa
- Como os bandidos entraram na casa
Escalada de violência
O caso ocorre em meio a uma escalada da violência no Sul Fluminense, região que abriga destinos turísticos importantes, como Itatiaia e Valença, mas que nos últimos meses tem enfrentado a intensificação da atuação de facções criminosas.
Levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que os homicídios dispararam em cidades do interior do estado, impulsionados por disputas entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). Muros e placas com pichações de facções passaram a impor regras à circulação de moradores em bairros de cidades próximas a Resende, como Barra Mansa, Porto Real e Itatiaia.
Em Resende, a Polícia Civil prendeu, no último dia 14, ao menos 20 pessoas ligadas ao TCP. O grupo, segundo as investigações, abastecia núcleos criminosos com drogas e armas, mesmo com o suposto chefe da quadrilha atrás das grades. Segundo promotores do Ministério Público do Rio (MPRJ), a disputa por rotas estratégicas de tráfico que atravessam o Sul Fluminense tem ampliado a violência.
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