Polícia

Justiça encontra apenas R$ 20 mil em contas de empresário arapiraquense apontado como chefe de esquema bilionário

O valor encontrado contrasta com os montantes apontados nas investigações: segundo quebras de sigilo bancário, Alan teria recebido mais de R$ 225 milhões

Por 7Segundos 10/11/2025 13h01 - Atualizado em 10/11/2025 13h01
Justiça encontra apenas R$ 20 mil em contas de empresário arapiraquense apontado como chefe de esquema bilionário
Alan Cavalcante dos Santos é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada na última quarta-feira (17), que investiga um esquema bilionário de corrupção - Foto: Reprodução / Redes Sociais

A Justiça Federal localizou apenas R$ 20 mil nas contas do empresário alagoano Alan Cavalcante, investigado como chefe de um esquema de corrupção que teria movimentado cerca de R$ 1,5 bilhão no setor de mineração em Minas Gerais. O bloqueio de bens foi determinado no âmbito da Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em setembro deste ano.

O valor encontrado contrasta com os montantes apontados nas investigações: segundo quebras de sigilo bancário, Alan teria recebido mais de R$ 225 milhões de empresas envolvidas entre dezembro de 2019 e dezembro de 2024. Apesar disso, as contas dele e das empresas ligadas ao grupo estavam praticamente vazias. Das dez companhias investigadas, todas apresentavam saldo zerado, indicando que funcionavam como fachadas para movimentação e lavagem de dinheiro.

As instituições financeiras atenderam à ordem de bloqueio logo após a operação, mas os recursos identificados somam apenas 1,8% do total determinado pela Justiça Federal, ou cerca de R$ 27 milhões entre todos os 61 investigados. As autoridades suspeitam que a maior parte do dinheiro tenha sido desviada para ativos não rastreáveis ou oculta em terceiros.

Alan Cavalcante é conhecido em Alagoas por levar uma vida de luxo. Ele é dono de uma mansão de três andares em um condomínio de alto padrão em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió, e costuma promover festas de vários dias, com pool parties e passeios de catamarã.

O caso envolve suspeitas de corrupção sistêmica em órgãos públicos de Minas Gerais, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o Iphan e o Copam. Dois diretores da ANM e outros servidores públicos foram afastados e permanecem presos.

Por haver menção ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nos autos, o processo foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob relatoria do ministro Dias Toffoli. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que o Estado “dá total apoio às investigações” e espera “punição exemplar” aos envolvidos.