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“Doa a quem doer, são narcoterroristas”, defende Castro sobre facções

Governador disse que pessoas citam possíveis invasões dos EUA “para defender bandido” depois de recuo de Derrite sobre PL Antifacção

Por Metrópoles 12/11/2025 18h06
“Doa a quem doer, são narcoterroristas”, defende Castro sobre facções
Governador disse que pessoas citam possíveis invasões dos EUA “para defender bandido” depois de recuo de Derrite sobre PL Antifacção - Foto: Reprodução

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse, nesta quarta-feira (12/11), que “doa a quem doer”, irá chamar facções criminosas de “organizações narcoterroristas”. A declaração se deu depois da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o relator do projeto Antifacção (5582/2025), Guilherme Derrite (PP-SP), não inclua condutas desses grupos armados na Lei Antiterrorismo.

Castro participou da sessão solene do Congresso Nacional em homenagem à megaoperação realizada nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão contra o Comando Vermelho no final de outubro. Ao todo, a ação das forças de segurança do Estado deixaram 121 mortos, dentre eles, quatro policiais, cujas famílias receberam homenagens dos parlamentares, dentre eles, Derrite.

Inicialmente, o deputado, que foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para relatar a proposta, queria mudar a lei de combate a grupos extremistas, como era inicialmente pleiteado pela oposição. O relator, no entanto, recuou das alterações e decidiu apresentar um projeto de lei atônomo, ou seja, sem alterar a lei já existente.

“Facção é algo dos anos de 2000, 2001, 2002, naquela época que podia falar de facção no país. Talvez nos anos 80, 90, a gente pudesse falar em quadrilha, pudesse falar em facção. Doa a quem doer, são organizações narcoterroristas, nacionais e transnacionais”, disse o governador do Rio.

A equiparação de facções criminosas a grupos terroristas é apontada por especialistas como um limitador para investimentos externos em cidades que tenham a presença desses grupos armados- como o Rio de Janeiro- e que poderia criar uma brecha para a intervenção de outros países no Brasil.