Justiça

MPAL abre procedimento administrativo para apurar fuga de major da PM que matou o próprio filho

De acordo com o MPAL, a medida foi adotada devido à complexidade do caso e ao volume de diligências necessárias para apuração dos fatos

Por 7Segundos 14/11/2025 12h12 - Atualizado em 14/11/2025 12h12
MPAL abre procedimento administrativo para apurar fuga de major da PM que matou o próprio filho
Major fugiu da Academia da PM, invadiu casa de ex companheira e matou o próprio filho de 10 anos e o ex-cunhado - Foto: Cortesia

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) instaurou um Procedimento Administrativo para aprofundar a investigação sobre a fuga do major da Polícia Militar que, após escapar da Academia da PM em julho deste ano, matou o próprio filho de 10 anos e o ex-cunhado, durante um ataque à família da ex-companheira em Maceió. A portaria, assinada na última terça-feira (11) pela 62ª Promotoria de Justiça da Capital, reforça a necessidade de esclarecer possíveis falhas na custódia do oficial, que estava preso por violência doméstica.

De acordo com o MPAL, a medida foi adotada devido à complexidade do caso e ao volume de diligências necessárias para apuração dos fatos. A promotoria já havia solicitado informações ao Comando-Geral da PM, à Corregedoria da corporação, à Polícia Civil, ao Instituto de Criminalística, ao Instituto Médico Legal, ao SAMU e a outras unidades envolvidas na ocorrência. Como a Notícia de Fato instaurada inicialmente ultrapassou o prazo de tramitação, o Ministério Público decidiu convertê-la em Procedimento Administrativo, permitindo uma investigação mais ampla e detalhada.

O caso ganhou grande repercussão após o major Pedro Silva, que em junho havia invadido a casa da ex-companheira e feito familiares reféns, fugir da Academia da PM, onde estava sob custódia, e cometer os homicídios. Depois de horas mantendo familiares como reféns no bairro Trapiche da Barra, ele acabou morto durante a intervenção do Bope.

A fuga também desencadeou mudanças internas na Polícia Militar. Dias após a tragédia, o comandante da Academia da PM foi exonerado, e seis militares foram transferidos em caráter excepcional. Embora a corporação afirme que as alterações fazem parte de movimentações administrativas rotineiras, o episódio segue sendo investigado pela Polícia Civil e agora também pelo Ministério Público sob a perspectiva do controle externo da atividade policial.

Com a abertura do Procedimento Administrativo, o MPAL determinou o registro formal do caso, a publicação da portaria e a continuidade das diligências necessárias para avaliar responsabilidades e eventuais falhas que tenham contribuído para o desfecho trágico.