Política

Decisões de presidente interino do Senado geram mal-estar na Casa

Eleição ocorre nesta sexta-feira

Por G1 01/02/2019 16h04
Decisões de presidente interino do Senado geram mal-estar na Casa
O senador Davi Alcolumbre está tomando decisões polêmicas - Foto: Agência Senado

As decisões tomadas nesta sexta-feira (1º) pelo presidente interino do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), geraram mal-estar na Casa.

Alcolumbre exonerou o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira Mello, e tomou decisões em série sobre a eleição para presidente do Senado, marcada para a noite desta sexta.

Davi Alcolumbre está como presidente interino por ser o único integrante da Mesa Diretora anterior que permanece com mandato.

Segundo informado, Alcolumbre deseja presidir a sessão que vai eleger o próximo presidente do Senado.

Ele é candidato e, na interpretação de Bandeira de Mello, não poderia, pelo regimento, presidir a sessão. O senador, então, não teria gostado da interpretação.

Mesmo que a decisão vise atingir o senador Renan Calheiros (MDB-AL), outro candidato à presidência do Senado, o servidor é respeitado por parlamentares pelo perfil técnico e tem boa relação com as mais diversas alas ideológicas da Casa.

Bandeira foi nomeado e reconduzido como secretário-geral da Mesa pelo próprio Renan, em outro momento em que o político alagoano presidiu o Senado. Agora, ele foi dispensado da função, mas continuará trabalhando na Casa.

"Se isso [exonerar Bandeira] não é aproveitar-se da interinidade para se beneficiar, não sei o que é”, afirmou um deles, lembrando que Alcolumbre é candidato à Presidência da Casa legislativa.

A eleição para o próximo biênio à frente do Senado, que acontece nesta sexta-feira (1), tem sido marcada por decisões em série, influenciadas pelas mais diferentes alas da Casa legislativa com interesses na eleição, como informou o blog da Júlia Duailibi.

Uma delas, que também gerou mal estar e já foi revogada por Alcolumbre no mesmo ato que exonerou Bandeira do cargo na Mesa, determinava que o comando da sessão de hoje fosse do senador mais idoso, José Maranhão (MDB-PB), antigo aliado de Renan.

A decisão foi vista como uma manobra, na opinião de outros parlamentares , sob interpretação do próprio Bandeira e para beneficiar Renan.

“Tenho o maior respeito e boa relação com Bandeira. Pode ter gerado mal estar interno sua exoneração, mas ele não poderia ter tomado algumas decisões que o colocaram acima até dos senadores”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AL).