China isola 40 milhões de pessoas e fecha monumentos para evitar propagação do coronavírus
O país também fechou parcialmente a Grande Muralha para evitar a propagação.

A China colocou em quarentena nesta sexta-feira (24) mais de 40 milhões de habitantes de 13 cidades na região de Wuhan, onde 26 pessoas morreram e 830 foram contaminadas pelo novo coronavírus. O país também fechou parcialmente a Grande Muralha para evitar a propagação.
Outros monumentos emblemáticos, como os túmulos da dinastia Ming e a floresta Yinshan Pagoda, serão fechados neste sábado (25), segundo as autoridades chinesas. O Estádio Nacional de Pequim, conhecido como Ninho de Pássaro, construído para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, teve suas portas fechadas hoje.
O governo também suspendeu as comemorações do Ano Novo chinês. “Neste ano, o Ano Novo está causando dando muito medo”, comenta um motorista de táxi de Wuhan – cidade de 11 milhões de habitantes que está isolada desde quinta-feira (23). “Não saímos mais por conta do vírus”, diz.
Um fato preocupante, ressaltam as autoridades chinesas, é que a Comissão Nacional da Saúde anunciou pela primeira vez que duas mortes foram registradas longe do epicentro da epidemia: em Hebei, perto de Pequim, e Heilongjiang, perto da fronteira com Rússia.
Mais de mil casos suspeitos estão sendo analisados, cento e setenta e sete pacientes estão em estado grave e trinta e quatro deixaram o hospital. Diante da rápida proliferação, o governo chinês tomou a decisão inédita de proibir todos os trens e aviões que deixam Wuhan e bloquear as estradas. Os barcos que fazem travessias no rio Yangtsé, em torno de Wuhan, também tiveram o tráfego interrompido nos dois sentidos.
Ruas desertas
Pelo segundo dia consecutivo, as ruas de Wuhan amanheceram desertas. As lojas estão fechadas e a circulação é mínima. Os habitantes estão sendo obrigados a usar máscaras, senão correm o risco de levar uma multa. Nos hospitais, que estão lotados, os pacientes aguardam que uma enfermeira verifique a temperatura. Os sintomas do novo coronavírus são similares aos de uma gripe comum.
O governo da região já iniciou a construção de um novo estabelecimento com capacidade para receber mil doentes, que deve ficar pronto em 10 dias. Em uma reunião em Genebra, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu nesta quinta-feira que a situação é urgente na China, mas julgou que era “cedo demais” para considerar a existência de uma “emergência internacional.”
Em Davos, onde acontece o Fórum Econômico Mundial, a coalizão formada para enfrentar as epidemias, anunciou nesta quinta-feira que os testes clínicos de uma nova vacina ocorreriam no verão. Da mesma família da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa), o vírus se espalhou para vários países da Ásia e até para os Estados Unidos, onde alguns casos foram registrados. Singapura e Vietnã também anunciaram casos de contaminação.
Os controles de temperatura corporal se espalharam por vários aeroportos da Ásia, do Pacífico e também no Reino Unido, Nigéria e Itália. Em Dubai, todos os viajantes procedentes da China serão submetidos a análise por câmeras térmicas.
Uma sexagenária que voltou de Wuhan em 13 de janeiro e vive em Chicago está infectada com o coronavírus chinês, disseram autoridades sanitárias americanas, que relataram que este é o segundo caso confirmado no país e que há mais 50 casos sob investigação. Hospitalizada para evitar a disseminação, "ela está clinicamente estável", disse Allison Arwady, chefe de saúde pública de Chicago, em entrevista coletiva.
Tráfico de animais silvestres
O vírus foi detectado em dezembro em um mercado de frutos do mar em Wuhan. Sua origem exata ainda não é conhecida, mas seu período de incubação é em torno de 14 dias.Vendas ilegais de animais silvestres estavam ocorrendo no mercado, reconheceu o Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças, sem poder dizer com certeza se esta é a origem da epidemia.
A cepa é um novo tipo de coronavírus, uma família com um grande número de vírus. Eles podem causar doenças leves nos seres humanos (como um resfriado), mas também outras mais graves, como a SRAS. Na época da SARS, em 2002-2003, a OMS criticou fortemente Pequim por ter demorado a avisar sobre a doença, tentado ocultar a extensão da epidemia. A SARS matou 774 pessoas em todo mundo, sendo 648 na China, incluindo Hong Kong.
A crise derrubou os mercados financeiros na Ásia e na Europa, por medo de uma desaceleração na China, a segunda maior economia do mundo. A Bolsa de Xangai perdeu quase 3% e o petróleo também caiu.
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