Covid-19: Emílio Ribas inicia testes da vacina Coronavac nesta quinta
O imunizante está na última fase de testes em humanos antes de uma possível comercialização
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, referência nacional para o tratamento de doenças infecciosas, começou a aplicar testes em voluntários da vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria pela empresa chinesa Sinovac Biotech e o Instituto Butantan, em São Paulo, a chamada Coronavac, nesta quinta-feira (30).
O imunizante está na terceira e última fase de testes em humanos antes de uma possível aprovação para comercialização. Ao todo, 9 mil voluntários brasileiros participarão desta etapa. Destes, 852 são profissionais de saúde do Emílio Ribas.
Uma das áreas do hospital foi adaptada para ser a Unidade de Pesquisa Emílio Ribas para receber os voluntários, com salas especialmente preparadas para os testes clínicos. Os profissionais conheceram previamente os detalhes do estudo e o "termo de consentimento informado" para decidir sobre a participação nas pesquisas, segundo divulgou o Instituto Butantan.
Uma parcela dos participantes receberá a vacina experimental e a outra placebo. O estudo é duplo-cego: voluntários e pesquisadores não sabem em quem foi aplicado o imunizante ou o placebo.
Doze centros de pesquisa foram selecionados em seis Estados. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UPS foi o primeiro a aplicar a vacina em 890 voluntários no dia 21 de julho. Nesta sexta-feira (31), os testes serão realizados em voluntários na Universidade Municipal de São Caetano do Sul e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Nesta quarta-feira (29), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou durante coletiva à imprensa, que a Coronavac é, na avaliação dele, a vacina contra a covid-19 com maior potencial de ser em breve aplicada na população brasileira. Os testes devem ser concluídos até novembro.
A Coronavac poderá estar disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde) já no começo de 2021 e inicialmente estão previstas 120 milhões de doses que poderão ser utilizadas para vacinar 60 milhões de brasileiros, ainda de acordo com Covas. Caso ela seja aprovada nos testes em humanos, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala.
O imunizante é feito com o novo coronavírus inativado, isto é, morto a partir de processos físicos e químicos. Assim, o vírus não consegue se replicar, mas faz com que o sistema imunológico reaja e crie os anticorpos necessários.