'Não demonstrou arrependimento', afirma guarda que prendeu acusado de matar juíza
Quando o engenheiro Paulo José Arronenzi, preso em flagrante por esfaquear e matar a juíza Viviane Vieira do Amaral, sua ex-esposa, estava a caminho da Delegacia de Homicídios, os guardas municipais que o prenderam questionaram se ele estava arrependido de seu ato. Como resposta, o agressor apenas chacoalhou os ombros, demonstrando não ter arrependimento e disse que preferia morrer.
Já na delegacia os policiais perceberam que Paulo José estava com um corte em uma das mãos e por isso foi encaminhado ao Hospital Lourenço Jorge para ser atendido. Depois, voltou para a Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, onde permanece preso. No trajeto, os agentes o questionaram:
— Ele ficou o todo tempo calado, mas perguntamos se estava arrependido de alguma coisa. Ele balançou o ombro como queria dizer "tanto faz, tanto fez", só dizendo que era melhor morrer — relata o guarda municipal Adailton Moraes, ao EXTRA.
Três facas na mochila
Na cena do crime também não foi diferente. Acionados por populares, guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia (SGOP) correram até o local para apurar denúncias de agressão a uma mulher. Ao chegarem na Avenida Raquel de Queiroz, Viviane já estava inconsciente, coberta de muito sangue, e Paulo José estava a poucos metros do seu corpo, com as mãos trêmulas, mas sem portar a faca que usou no crime.
O primeiro agente a chegar ao local foi Adailton Moraes, que ouviu das janelas de prédios vizinhos que Paulo estava armado. Ao perceber que, naquele momento, o engenheiro segurava apenas uma mochila, Adailton se aproximou pedindo calma, até que conseguiu imobilizar o agressor com a ajuda de colegas.
Dentro da mochila, havia três facas de churrasco e remédios tarja-preta. A principal linha de investigação da Polícia Civil, segundo apurou EXTRA, é que o crime foi premeditado.
— Ainda no local do crime, perguntei o porquê dele ter feito aquilo com a esposa. Ele só falou que estava sendo ameaçado por ela e que tomava remédios. Ele parecia tranquilo, mas com a mão trêmula — conta Moraes
Ao ser abordado, ele não tentou resistir à prisão:
— Ele não esboçava reação. Olhava para ela e para o alto. Fui me aproximando aos poucos até que conseguimos imobilizá-lo. — afirma Moraes.
Procurada, a Polícia Civil afirma que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para investigar o assassinato. Segundo a corporação, "o autor é o ex-marido da vítima, que foi preso e autuado em flagrante por feminicídio". A perícia já foi realizada no local e as investigações continuam.