Política

Bolsonaro falará com presidente de Angola sobre expulsão de pastores

Ministro Carlos França disse, em reunião nesta segunda (17), que governo agirá após deportação de missionários da Igreja Universal

Por R7 18/05/2021 10h10
Bolsonaro falará com presidente de Angola sobre expulsão de pastores
Presidente Jair Bolsonaro - Foto: © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro ligará para João Lourenço, presidente da Angola, para tratar do conflito de missionários expulsos do país africano de maneira arbitrária. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França, em reunião nesta segunda-feira (17) com parlamentares da bancada evangélica.

Na semana passada, missionários da Igreja Universal no país africano foram deportados de forma ilegítima, conforme atestam especialistas em direito internacional, e grande parte deles não teve sequer tempo de se despedir de suas famílias, sendo embarcados à força em avião apenas com a roupa do corpo.

“Dessa vez, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai ligar para o presidente da Angola e pedir para que o grupo seja atendido lá [no país africano], com algum representante da igreja aqui do Brasil, junto com o deputado Marcos Pereira, que tem comandando essa frente. [...] A nossa preocupação são os brasileiros que lá estão”, informou o deputado federal Milton Vieira (Republicanos-SP).

Questionado se o chanceler apresentou justificativas para a demora da atuação do ministério no conflito, o parlamentar negou. “Não, não deu justificativa, porém disse que vem trabalhando, vem acompanhando de perto toda essa questão”, comentou.

Vieira afirmou também que o chanceler pediu a Bolsonaro para que tomasse a frente do conflito, o que foi autorizado pelo chefe do Executivo.

“O presidente autorizou que ele [ministro das Relações Exteriores] tomasse a frente, de se criar uma comissão para ir a Angola, para poder cuidar dessa questão, embora já houve outras comissões que foram, mas não tivemos resultado.”

A bancada evangélica solicitou ao chanceler brasileiro uma nova reunião, inclusive com a participação do embaixador angolano no país.

No último ano, bispos e pastores da Universal vêm sofrendo violência e ameaças em Angola. Alguns religiosos atuavam no país há décadas. Desde a última semana, 17 integrantes da Universal acabaram expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Conforme especialistas ouvidos pelo R7, o Ministério das Relações Exteriores falhou ao não ter uma ação direta no conflito.

A deportação dos brasileiros é fruto da tentativa de tirar a Universal de Angola. Um grupo dissidente de pastores trabalha de maneira ilegal para assumir controle do patrimônio da igreja construído durante anos. Vale ressaltar que a Universal tem ações judiciais no país e representantes da igreja protocolaram uma carta-denúncia no escritório das Nações Unidas, em Angola.