BC indica elevação dos juros básicos a 10,75% ao ano no começo de 2022
Copom ressalta a necessidade de nova elevação da Selic em 1,5 ponto percentual para conter escalada da inflação
O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (14) a ata com as ponderações que motivaram a elevação da taxa básica de juros ao patamar de 9,25% ao ano até o fim de 2021.
No documento, os diretores da autoridade monetária sinalizam para uma nova alta de 1,5 ponto percentual da taxa Selic na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em 2022 com o objetivo de segurar a escalada da inflação.
Caso a nova alta seja confirmada, a taxa básica de juros saltará para 10,75% ao ano a partir do dia 2 de fevereiro, quando será encerrada o primeiro encontro do grupo de diretores do Banco Central no ano que vem.
Na avaliação, o Copom considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, o "ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante".
"Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", destaca o colegiado.
Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Na percepção do Copom, a inflação aos consumidores segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado. "A alta dos preços está mais disseminada e abrange também componentes mais associados à inflação subjacente."
A ata cita ainda que a alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada.
"Além desses desenvolvimentos, desde a última reunião houve alta substancial dos preços internacionais de commodities energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real, sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do Comitê tanto para 2021 quanto para 2022", pontua o Copom.