Economia

Alta no valor da cesta básica compromete renda do consumidor em Maragogi

O custo da cesta básica aumentou 48,3% em três anos

Por 7Segundos 01/04/2022 15h03 - Atualizado em 01/04/2022 15h03
Alta no valor da cesta básica compromete renda do consumidor em Maragogi
Itens da cesta básica têm pesado no bolso do consumidor maragogiense - Foto: Isac Silva/7Segundos

O custo da cesta básica aumentou 48,3% em três anos. O grupo de alimentos essenciais para a vida dos brasileiros passou de R$ 482,40, em fevereiro de 2019, para R$ 715,65, no mesmo mês de 2022. A alta é o dobro da inflação acumulada no período, de 21,5%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, a alta no valor da cesta básica tem comprometido a renda do consumidor.

Entre os produtos que mais subiram nos últimos três anos estão aqueles considerados commodities (matérias-primas com cotação internacional), como soja, café, açúcar e carne, que têm os preços mais pressionados. O consumidor maragogiense tem buscado alternativas como a substituição de marcas e até de produtos para caber no orçamento familiar.

Produtos da cesta básica pressionam a inflação. Foto: Isac Silva


O consumidor Valderijohn Carlos de Jesus Melo disse que a inflação está comprometendo a renda. “A diferença de preço está um absurdo! Para você ter uma ideia, principalmente quando parte para a questão das carnes. Carnes antes você comprava 3kg, mas hoje você não compra mais. Infelizmente não sei o que é isso”, disse.

Valderijohn Carlos de Jesus Melo comentou ainda que os itens da cesta básica estão subindo demais. “Antes eu fazia compra com R$ 1.100,00 ou R$ 1.200,00, mas hoje se eu colocar R$ 1.400,00 no carrinho e ainda não compro o que eu comprava antes. Hoje a gente tem que escolher a dedo e só o necessário. Porque se for comprar um pouquinho a mais não vai conseguir”, contou.

Açúcar subiu muito o preço nos últimos anos. Foto: Isac Silva


Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, em fevereiro de 2019, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometia, em média, 45,09% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. Em fevereiro de 2022, esse índice atingiu 56,11%.

Outro componente que pressiona indiretamente o preço dos alimentos é o combustível. No dia 11 de fevereiro, a Petrobras autorizou aumento nas refinarias de 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ou gás de cozinha. Com isso, a estimativa para a inflação oficial do ano sobe de 6,2% para 7,5%.

Feijão carioca é outro vilão da cesta básica. Foto: Isac Silva