Política

Bolsonaro rejeita sugestão de Temer, que, em nota à CNN, defendeu revogação do perdão a Silveira

Ex-presidente sugeriu que Bolsonaro aguardasse conclusão do processo contra o deputado para evitar crise entre os poderes

Por CNN Brasil 22/04/2022 19h07 - Atualizado em 22/04/2022 19h07
Bolsonaro rejeita sugestão de Temer, que, em nota à CNN, defendeu revogação do perdão a Silveira
Presidente Jair Bolsonaro e ex-presidente Michel Temer - Foto: Alan Santos/PR

Após sugestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta sexta-feira (22) que não irá revogar o perdão concedido na quinta (21) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana a 8 anos e 9 meses de prisão por ter ameaçado ministros da Corte em vídeos publicados nas redes sociais.

Em seu Twitter, Bolsonaro compartilhou reportagem da CNN com o posicionamento do ex-presidente sobre a medida que beneficia o deputado e se manifestou apenas com um “não”.

Temer enviou nota à CNN nesta sexta sugerindo que Bolsonaro revogasse o perdão a Daniel Silveira e esperasse o fim do julgamento para tomar alguma medida, com intuito de evitar “crise institucional entre os poderes”.

No ano passado, Temer já havia atuado como conselheiro de Bolsonaro. Após declarações polêmicas dadas pelo presidente nas comemorações do 7 de Setembro, Bolsonaro divulgou uma carta à Nação redigida por Temer.

Confira a íntegra da nota enviada por Temer à CNN

“Como a decisão do STF sobre o processo contra o deputado Daniel Silveira ainda não transitou em julgado, o ideal, para evitar uma crise institucional entre os poderes, é que o Presidente da República revogue por ora o decreto e aguarde a conclusão do julgamento. Somente depois disso, o Presidente poderá, de acordo com a Constituição Federal, eventualmente, utilizar-se do instrumento da graça ou do indulto. Este ato poderá pacificar as relações institucionais e estabelecer um ambiente de tranquilidade na nossa sociedade. Nesse entre-tempo poderá haver diálogo entre os Poderes. O momento pede cautela, diálogo e espírito público.”