Curiosidades

Esfera que apareceu em praia do Japão pode ser mina marítima igual a encontrada em Maragogi em 2010

Na época, o artefato em contrato no litoral alagoano foi detonado na foz do Rio Maragogi

Por Erick Balbino/7Segundos 22/02/2023 17h05 - Atualizado em 22/02/2023 17h05
Esfera que apareceu em praia do Japão pode ser mina marítima igual a encontrada em Maragogi em 2010
Esfera encontrada no Japão pode ser mina marítima igual a que apareceu em Maragogi em 2010 - Foto: Reprodução/Waldson Costa/Blog Costa dos Corais

Na última terça-feira (21), uma esfera misteriosa foi encontrada por banhistas na praia de Enshu, na cidade de Hamamatsu, no Japão. O objeto, descrito como uma bola de ferro com um diâmetro de 1,5 metro, pode ser uma mina marítima utilizada durante a segunda guerra mundial.

Ao perceberem a possibilidade de perigo, autoridades rapidamente restringiram o acesso a uma área que abrange um raio de 200 metros enquanto investigam.

O curioso é que uma esfera semelhante foi encontrada em 2010 em Maragogi, localizada no Litoral Norte de Alagoas, a mais de 17 mil quilômetros da cidade japonesa.

No dia 11 de maio de 2010, operários que trabalhavam em obras no centro da cidade encontraram o objeto, que estava enterrado a uma profundidade de aproximadamente 70 centímetros, sob o calçamento da Avenida Senador Rui Palmeira, uma das mais movimentadas da cidade litorânea.

Na época, descobriu-se que o artefato, que tinha cerca de 1,5 metro de diâmetro, igual ao encontrado no Japão, seria originário da Segunda Guerra Mundial. 

Moradores mais antigos da região informaram, há época, que a esfera havia sido enterrada no local há algumas décadas, por um pescador já falecido, que encontrou a bola de ferro no mar. Segundo os relatos, o pescador rebocou a esfera numa jangada com a ajuda de amigos.

A mina de flutuação encontrada em Maragogi em 2010 estava sem os detonadores, que foram removidos ou desapareceram por causa da oxidação de anos a fio. 

Por se tratar de uma área onde, anteriormente, já havia aparecido outros tesouros, tanto trabalhadores quanto moradores acreditaram se tratar de uma botija.

Uma guarnição do 6º Batalhão e Polícia Militar esteve no local e concluiu se tratar de uma mina. A área foi isolada e, com ajuda de uma retroescavadeira, o artefato foi cuidadosamente removido. 

Equipes do esquadrão antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) assumiram o caso e a mina marítima foi detonada em uma região até então desabitada, na foz do Rio Maragogi.

A HISTÓRIA DAS MINAS

Acredita-se que, para defender o litoral brasileiro de submarinos da Aliança do Eixo, formada pela Alemanha, Itália e Japão, durante a Segunda Guerra, os Aliados tenham espalhado minas marítimas de flutuação, do tipo encontrado em Maragogi.

Outra hipótese é que a própria Alemanha nazista tenha espalhado as minas indiscriminadamente pelo mar com a finalidade ofensiva.

MAS POR QUE MARAGOGI?

Devido a sua posição estratégica, Recife, capital de Pernambuco, foi escolhida para ser a sede do Comando Aliado do Atlântico Sul. Geograficamente, o Porto do Recife atendia as necessidades dos Estados Unidos de proteger dos ataques nazistas os navios abarrotados de matérias-primas e produtos.

Em 1941, os EUA instalaram em Recife a chamada Força Tarefa 3, um embrião da Quarta Frota Americana, que era responsável por escoltar navios mercantes do Atlântico Sul. A guerra ancorava no Recife, mas seus movimentos bélicos aconteciam e respingavam por toda a costa nordestina.

Obs.: Este texto contou com informações retiradas do Blog Costa dos Corais, do jornalista Severino Carvalho, que acompanhou o achado de Maragogi em Maio de 2010, e trouxe inúmeros detalhes sobre o caso. Para conferi-los, clique aqui.

SOBRE O ACHADO JAPONÊS

Depois da descoberta na praia japonesa, o esquadrão antibombas também foi acionado, segundo a mídia estatal japonesa NHK.

A análise feita pelo esquadrão, usando um aparelho de raio-x, constatou que a esfera é oca e não representa ameaça para a comunidade. Entretanto, não foi possível, até o momento, determinar do que se trata e qual a origem do objeto.