Casos suspeitos de dengue reduzem mais de 50% no 1º trimestre em AL
Segundos especialistas, medidas sanitárias preconizadas devem ser seguidas pela população
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que os casos suspeitos de dengue em Alagoas diminuíram mais de 50% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a março de 2023 foram realizadas 1.055 notificações, contra 2.292 registradas nos três primeiros meses de 2022. Mesmo diante desta realidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta a população para que se mantenha vigilante quanto às medidas sanitárias que evitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
O alerta acontece porque o período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, o que em Alagoas geralmente é registrado entre abril e junho. Com isso, há o acúmulo de água parada, que é o maior fator de contribuição para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, aumento da disseminação da dengue, além de outras arboviroses mais comuns no território brasileiro, como a Zika e Chikungunya.
Para evitar aumento dos casos, a Sesau promove todos os anos orientações para os agentes de endemias municipais, solicitando que reforcem a busca ativa por focos do mosquito vetor, evitando desta forma possíveis surtos da dengue. Mas, segundo a gerente de Controle e Vigilância das Doenças Transmissíveis, enfermeira Waldineia Silva, “a população pode e deve fazer a sua parte, evitando o armazenamento de água, limpando quintais, calhas dos telhados e caixas d’água, evitando o cultivo de plantas aquáticas e descartando recipientes que possam acumular a água das chuvas”, enumera.
Waldinea Silva ressalta que Alagoas não tem notificado aumento de casos de dengue, mas, mesmo assim, há uma preocupação da Sesau com relação à prevenção da doença. “O Estado capacita os agentes de endemias municipais para que façam a busca ativa de focos do Aedes aegypti, porque são eles que executam as ações de campo, percorrendo as residências e orientando a população. Mas a prevenção da dengue passa por medidas sanitárias que cada cidadão deve executar na sua residência e orientar o vizinho a também segui-las”, salienta.
A gerente de Controle e Vigilância das Doenças Transmissíveis informa que, por ter a atribuição de prestar assistência técnica aos municípios, a Sesau realizou, no último dia 13, treinamento sobre manejo clínico dos pacientes com arboviroses. A ação, que ocorreu no Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), em Maceió, e teve como facilitadores os infectologistas Luciana Pachêco e José Maria Constant, foi voltada para os médicos dos 102 municípios alagoanos, que atuam realizando o diagnóstico da dengue, Zika e chikungunya.
A doença
A dengue é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Entre os principais sintomas da doença estão febre alta igual ou superior a 38°C, dor no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, além de mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
Também podem acontecer erupções e coceiras na pele. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Em casos suspeitos de dengue, o paciente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), gerenciadas pelas Secretarias Municipais de Saúde (SMSs).