Lula chama privatização da Eletrobras de 'sacanagem' e cobra mudanças
Presidente reclama que governo não tem poder de voto proporcional à participação acionária na empresa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas nesta quinta-feira (11) à privatização da Eletrobras e classificou o processo de desestatização da empresa como “sacanagem”. Ele reclamou que a Eletrobras foi privatizada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o pagamento de juros da dívida da gestão anterior.
“A Eletrobras foi privatizada. Para quê o governo anterior queria dinheiro? Eles queriam dinheiro para levar para o Tesouro para pagar o juro da dívida interna deles. Venderam uma estatal para pagar juros. Hoje não temos estatal e estamos devendo muito agora. Veja a sacanagem”, reclamou o presidente.
A privatização da Eletrobras foi concluída em junho de 2022. No quarto trimestre do ano passado, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 479 milhões, revertendo o resultado positivo em R$ 610 milhões observado no mesmo período de 2021.
Lula defendeu que o poder de voto da União nas decisões da companhia seja proporcional à participação acionária na empresa. Hoje, o governo mantém cerca de 43% das ações ordinárias (considerado o controle direto e outras formas de participação), mas tem o seu poder de voto limitado a 10%.
“Tem gente preocupada com o que eu falo, mas o que eu falo é o que aconteceu. O governo tem 43% das ações da Eletrobras, mas no conselho só tem direito a um voto. Nossos 43% só valem um. Quem tem 3%, tem o mesmo direito do governo. Entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de votos de acordo com a quantidade de ações”, disse Lula.
Na semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) contestou o trecho da lei da privatização da Eletrobras que impede qualquer acionista ou grupo de exercer votos em número superior a 10% da quantidade de ações em que foi dividido o capital votante da companhia. O órgão pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para revisar esse dispositivo.
Lula criticou, ainda, a regra estabelecida pela privatização que prevê que se o governo quiser adquirir de volta as ações da Eletrobras terá de pagar pelo menos três vezes o valor da maior cotação alcançada nos dois anos anteriores.
De acordo com o presidente, essa é uma “sacanagem para tentar evitar que o governo possa ser responsável por cuidar da energia que o povo tanto precisa”. “Eles querem que a gente fique quieto. Nós não vamos ficar quietos. Nós vamos brigar muito por isso. Nós não vamos vender mais nada da Petrobras, os Correios não serão vendidos”.
Veja também
Últimas notícias
Celina Leão recebeu Michelle em aeroporto após prisão de Bolsonaro
Caiado é internado após arritmia cardíaca e passará por ablação
Flávio pede que apoiadores evitem PF e vão a vigília por Bolsonaro
Após 25 dias internado, morre quinto policial baleado em megaoperação no RJ
Homem armado e encapuzado invade cemitério e rouba moto de vigilante em Delmiro Gouveia
Homem é preso após tentar matar desafeto em via pública de Arapiraca
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Motociclista perde controle e cai na AL 220, em Limoeiro de Anadia
Ex é presa suspeita de matar médico em Arapiraca; ela o acusou de estuprar a filha deles
