Segurança

Mãe faz apelo para encontrar filha desaparecida e denuncia omissão de autoridades

A mãe de Maria Clara faz um apelo público para quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Maria Clara

Por Lane Gois 02/01/2025 16h04 - Atualizado em 02/01/2025 17h05
Mãe faz apelo para encontrar filha desaparecida e denuncia omissão de autoridades
Mãe faz apelo para encontrar filha desaparecida e denuncia omissão de autoridades - Foto: Reprodução

Uma mãe de Campestre, Alagoas, está vivendo momentos de angústia em busca de sua filha, Maria Clara Vitória da Silva, de 17 anos, desaparecida desde as 19h de terça-feira (31). Maria Clara sofre de problemas psicológicos e não toma sua medicação há seis meses, o que preocupa ainda mais sua família. Segundo a mãe, o desaparecimento expôs uma série de falhas nos protocolos de busca e acolhimento por parte das autoridades locais.

Ela relatou que procurou o Conselho Tutelar imediatamente após perceber o sumiço da filha. No entanto, foi informada de que deveria aguardar 24 horas para iniciar a busca, orientação que vai contra a Lei nº 11.259/2005, conhecida como “Lei da Busca Imediata”. A norma determina que, em casos de desaparecimento de crianças ou adolescentes, a investigação policial deve ser iniciada imediatamente, sem a necessidade de aguardar 24 horas.

A mãe também procurou a Polícia Militar e foi orientada a registrar o boletim de ocorrência na Polícia Civil. Somente no dia 2 de janeiro, após insistências, conseguiu formalizar o desaparecimento na delegacia de Novo Lino. “Foi um escrivão de outra cidade que registrou o boletim, porque aqui não tinha quem fizesse. Só conseguiram atender porque eu insisti muito”, desabafou.


Maria Clara faz tratamento psiquiátrico e possui um histórico de crises epiléticas. Sem o uso regular da medicação, a mãe teme que a jovem sofra um episódio crítico enquanto estiver desaparecida. “Ela já surtou aqui em casa antes. Se algo acontecer, quem será responsabilizado?”, questionou.


A mãe ainda destacou que, em mensagens trocadas por texto com uma tia, a jovem aparenta estar bem, mas evita enviar áudios ou detalhar sua localização. “Ela sempre usa áudios, mas agora só responde por texto. Isso não é normal para ela”, explicou Magda.

A Lei nº 12.127/2009, que criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, reforça a importância de um esforço conjunto entre autoridades e sociedade para localização imediata de menores desaparecidos. No entanto, a experiência relatada por Magda expõe uma realidade distante do que preveem as legislações. “O Conselho Tutelar foi omisso, e a polícia não deu a atenção necessária no início. Parece que esperam algo grave acontecer para agir”, lamentou.

O caso de Maria Clara evidencia não só a necessidade de cumprimento rigoroso das leis existentes, mas também de maior capacitação e sensibilidade das autoridades no atendimento às famílias.

Magda faz um apelo público para quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Maria Clara. “Ela precisa de ajuda. Qualquer notícia pode ser essencial. Só quero minha filha em casa, em segurança”, pediu.

O descumprimento de leis e a desarticulação entre órgãos responsáveis podem colocar vidas em risco, especialmente quando envolvem menores com condições de saúde delicadas.