Mãe faz apelo para encontrar filha desaparecida e denuncia omissão de autoridades
A mãe de Maria Clara faz um apelo público para quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Maria Clara
Uma mãe de Campestre, Alagoas, está vivendo momentos de angústia em busca de sua filha, Maria Clara Vitória da Silva, de 17 anos, desaparecida desde as 19h de terça-feira (31). Maria Clara sofre de problemas psicológicos e não toma sua medicação há seis meses, o que preocupa ainda mais sua família. Segundo a mãe, o desaparecimento expôs uma série de falhas nos protocolos de busca e acolhimento por parte das autoridades locais.
Ela relatou que procurou o Conselho Tutelar imediatamente após perceber o sumiço da filha. No entanto, foi informada de que deveria aguardar 24 horas para iniciar a busca, orientação que vai contra a Lei nº 11.259/2005, conhecida como “Lei da Busca Imediata”. A norma determina que, em casos de desaparecimento de crianças ou adolescentes, a investigação policial deve ser iniciada imediatamente, sem a necessidade de aguardar 24 horas.
A mãe também procurou a Polícia Militar e foi orientada a registrar o boletim de ocorrência na Polícia Civil. Somente no dia 2 de janeiro, após insistências, conseguiu formalizar o desaparecimento na delegacia de Novo Lino. “Foi um escrivão de outra cidade que registrou o boletim, porque aqui não tinha quem fizesse. Só conseguiram atender porque eu insisti muito”, desabafou.
Maria Clara faz tratamento psiquiátrico e possui um histórico de crises epiléticas. Sem o uso regular da medicação, a mãe teme que a jovem sofra um episódio crítico enquanto estiver desaparecida. “Ela já surtou aqui em casa antes. Se algo acontecer, quem será responsabilizado?”, questionou.
A mãe ainda destacou que, em mensagens trocadas por texto com uma tia, a jovem aparenta estar bem, mas evita enviar áudios ou detalhar sua localização. “Ela sempre usa áudios, mas agora só responde por texto. Isso não é normal para ela”, explicou Magda.
A Lei nº 12.127/2009, que criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, reforça a importância de um esforço conjunto entre autoridades e sociedade para localização imediata de menores desaparecidos. No entanto, a experiência relatada por Magda expõe uma realidade distante do que preveem as legislações. “O Conselho Tutelar foi omisso, e a polícia não deu a atenção necessária no início. Parece que esperam algo grave acontecer para agir”, lamentou.
O caso de Maria Clara evidencia não só a necessidade de cumprimento rigoroso das leis existentes, mas também de maior capacitação e sensibilidade das autoridades no atendimento às famílias.
Magda faz um apelo público para quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Maria Clara. “Ela precisa de ajuda. Qualquer notícia pode ser essencial. Só quero minha filha em casa, em segurança”, pediu.
O descumprimento de leis e a desarticulação entre órgãos responsáveis podem colocar vidas em risco, especialmente quando envolvem menores com condições de saúde delicadas.