Diário do Sertão
Em Santana, candidato do PP oferece R$ 10 mil para colega renunciar
Ainda é aguardada no Ministério Público Eleitoral a denúncia contra o ex-candidato a vereador por Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, Afonso Gaia (PP), suspeito de oferecer dinheiro a uma colega de partido para que ela desista a fim de inviabilizar a chapa da oposição no município.
Após o caso ganhar notoriedade, Afonso renunciou à sua candidatura.
O fato envolve a cabeleireira Taciane André Amorim que teria recebido cerca de R$ 10 mil reais de Afonso Gaia para desistir, o que inviabilizaria a chapa do Progressistas, devido à redução da cota feminina.
Em Santana, o PP tem como candidato a prefeito o advogado Edson Magalhães.
Na cidade comenta-se que Afonso decidiu apoiar o vereador Moacir Júnior (MDB), presidente da Câmara Municipal e candidato a reeleição.
Especula-se ainda que a união de ambos (Afonso e Moacir), que até então era mantida em sigilo, escondia um outro motivo. Diante da suposta traição ao grupo da oposição, Afonso Gaia teria garantido apoio ao candidato a prefeito, o emedebista Eduardo Bulhões, neto da ex-prefeita Renilde Bulhões e sobrinho do deputado federal Isnaldo Bulhões e da prefeita Christiane Bulhões.
Após receber o dinheiro para desistir de ser candidata da oposição e gravar as supostas conversas com Afonso, a candidata Taciane teria levado o caso ao departamento jurídico do PP, que teria entrado com uma representação na 19ª Zona Eleitoral, com o proposito de anular o pedido de afastamento de Taciane.
Todas as propostas teriam sido feitas em conversas por áudios, através do whatsapp e arquivadas pela candidata.
Em uma das conversas, Afonso Gaia, conforme especula-se, garante que a renúncia de Taciane seria segura e teria o apoio de um homem que ele chama de "Renatinho", que seria o coordenador da campanha de Eduardo Bulhões e assessor parlamentar do deputado Isnaldinho.
Em outro áudio, Taciane teria rejeitado a proposta de Afonso Gaia, afirmando que continuará com sua candidatura, ouvindo de Gaia para que lhe devolva o dinheiro (R$ 10 mil), que teria sido lhe entregue.
Em resposta, a cabeleireira diz que o dinheiro só será entregue a Justiça, quando seu ex-colega de partido ironiza:
“Vamos para frente!”.