Choque de preços de alimentos e combustíveis vai durar ao menos três anos, prevê Banco Mundial
Análise do impacto da guerra sobre os mercados de matérias-primas aponta para maior elevação de preços por mais de 50 anos
O choque de preço global de alimentos e combustíveis ligados à guerra entre Rússia e Ucrânia deve durar pelo menos até o fim de 2024 e levanta o risco de estagflação, disse o Banco Mundial no relatório Perspectiva do Mercado de Commodities.
Em sua primeira análise abrangente do impacto da guerra sobre os mercados de commodities (matérias-primas com cotação internacional), o banco afirmou que o planeta enfrenta o maior choque de preços de commodities desde os anos 1970.
Ele está sendo agravado, explicou, por restrições no comércio de alimentos, combustíveis e fertilizantes que estão exacerbando as já elevadas pressões inflacionárias em todo o mundo.
"Os formuladores de políticas monetárias deveriam aproveitar todas as oportunidades para aumentar o crescimento econômico e evitar ações que tragam danos à economia global", disse Indermit Gill, vice-presidente do Banco Mundial para Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições.
A Rússia é o maior exportador mundial de gás natural e fertilizantes, e o segundo maior exportador de petróleo. Junto com a Ucrânia, é responsável por quase um terço das exportações globais de trigo, 19% das exportações de milho e 80% das exportações de óleo de girassol.
A produção e exportação dessas e outras commodities têm sido afetadas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro. Como resultado, o Banco Mundial espera que os preços da energia aumentem mais de 50% em 2022 antes de desacelerarem em 2023 e 2024, enquanto os preços excluindo energia mas incluindo agricultura e metais devem avançar quase 20% em 2022.