Saúde

Vacinas salvam cerca de três milhões de vidas por ano e recusas preocupam

Dado é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que se preocupa com o aumento de casos de sarampo

Por Ascom Sesau 29/04/2022 20h08
Vacinas salvam cerca de três milhões de vidas por ano e recusas preocupam
Sesau alerta para a importância da vacinação - Foto: Olival Santos

Alagoas iniciou a Campanha de Vacinação contra Influenza e Sarampo no início deste mês para os grupos prioritários, estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS), e o Dia D de vacinação ocorre neste sábado (30). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) aproveita, então, para reiterar a importância da vacina, invenção que salvou mais vidas humanas do que qualquer outra tecnologia médica na história do planeta.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em 2019 na lista das 10 principais ameaças à saúde, a vacina salva, em média, três milhões de vidas humanas por ano. Apesar disso, ainda há recusa da vacinação e, como consequência, em 2019 os casos de sarampo triplicaram no mundo, em relação ao ano anterior. Esse aumento ainda provoca alerta no Brasil, porque o sarampo possui a maior taxa de transmissão entre as doenças virais.

A médica infectologista da Sesau, Sarah Dominique Delabianca, afirma que a recusa de qualquer vacina é motivo de grande preocupação. “Difícil imaginar o mundo contemporâneo sem uma estratégia de vacinação, porque esta é uma medida simples, eficaz e possível de ser disseminada em todo o mundo, se houver incentivo aos países menos favorecidos”, esclarece.

Ela lembrou ainda que, para cada vacina, existe evidência científica quanto à eficácia, ao aparecimento de sintomas e à possibilidade de óbito após a vacinação. “Nunca se viu tanta falta de coerência mediante ações da medicina. As fake news, com certeza, são uma ameaça grave, pois causam insegurança e descrença em ações públicas, como a vacinação, que está há décadas conferindo proteção individual e coletiva na sociedade”, concluiu a médica.

O Brasil recebeu o certificado de país livre do sarampo em 2016, pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mas perdeu o título em 2019, depois da confirmação de um caso no Estado do Pará, devido à recusa da vacina. Diante disso, o secretário de Estado da Saúde, André Cabral, apela para que todos se vacinem.

“Por isso eu peço para que os cidadãos alagoanos mantenham todo o esquema vacinal em dia, incluindo a vacina do sarampo e da Influenza, que já foi uma pandemia antes de ser superada graças à vacinação. A vacina é a nossa única saída para mais de 20 patologias”, disse o gestor.

São disponibilizadas, no Brasil, 20 tipos de vacinas humanas nas salas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Algumas delas protegem contra mais de um patógeno ao mesmo tempo, como é o caso da pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenzae tipo b) e a tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela), por exemplo. As vacinas são aplicadas desde o nascimento até o fim da vida, já que a vacina contra o vírus da Influenza, por exemplo, é anual.

Dona Nilva Guimarães Silva, de 82 anos, natural da cidade de Capela, em Alagoas, e seu Manoel Rolnar Silva, natural de município do mesmo nome, no Estado de Sergipe, dividem a vida com amor, respeito, filhos, netos, bisnetos e a consciência sobre a importância da vacinação.

“Eu me chamo Manoel, mas pode me chamar de Bicho Bravo, viu? Eu tenho 85 anos bem vividos e nunca deixei de me vacinar. Eu e ela nos vacinamos juntos e felizes da vida, assim a vida inteira”, afirmou seu Manoel. “Eu estou com as vacinas todas em dia. E eu me vacino porque, além de ser importante para mim, é importante para o próximo”, concluiu dona Nilva.

Como surgiu a vacina - A história da vacinação é longa. Começou em meados do século XV e não parou mais. Até hoje farmacêuticos, biomédicos, médicos imunologistas e engenheiros químicos trabalham incessantemente para desenvolver e aprimorar vacinas que são aplicadas no mundo inteiro.