Roberto Jefferson entrega armas e policiais negociam rendição
Investigação afirma que ex-deputado chegou a jogar granadas contra policiais federais
O ex-deputado federal Roberto Jefferson, que teria jogado granadas e disparado tiros de fuzil contra policiais federais e que gravou vídeo dizendo que não se entregaria para cumprimento do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Morais, já entregou armas e agora negocia rendição.
As armas foram entregues após a chegada de Padre Kelmon à residência. Kelmon era candidato à vice-presidente na chapa encabeçada por Jefferson, e acabou disputando como titular da chapa após o ex-deputado ter o registro indeferido.
O religioso foi aplaudidos por apoiadores de Roberto Jefferson, que se concentram nas proximidades da residência dele, no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. Eles fazem orações, sob o comando da pastora Lilian Sá, e gritam palavras de ordem pedindo a liberdade do ex-deputado e ainda contra a Rede Globo e a favor da Jovem Pan, que foi punida três vezes em decorrência de declarações distorcidas ou ofensivas contra o candidato a presidente Lula.
Houve momentos de tensão e em um deles, um repórter cinematográfico de uma emissora afiliada à Globo foi agredido com um soco. O trabalhador caiu no chão, bateu a cabeça e teve uma convulsão. Ele precisou ser hospitalizado, mas passa bem.
No início da tarde deste domingo, equipes da Polícia Federal foram até a residência de Roberto Jefferson para cumprir mandado de prisão expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Morais. O magistrado revogou a prisão domiciliar de Jefferson por entender que ele estava descumprindo os requisitos para manter o privilégio.
Além de receber visitas e conceder entrevistas, o ex-deputado que era proibido de usar redes sociais, publicou vídeos com xingamentos a ministra Carmen Lúcia, nas redes sociais da filha, que teve a conta suspensa neste domingo (23).
Durante a tentativa do cumprimento do mandado de prisão, o ex-deputado gravou vídeos dizendo: “só saio daqui morto”, confirmando que resistiria à prisão e admitindo que teria atirado perto de policiais.
Investigações feitas no local apontaram que Jefferson jogou duas granadas em direção das viaturas da PF e efetuou disparos de fuzil. Um delegado e uma agente ficaram feridos com os estilhaços, mas já receberam alta hospitalar.
No Twitter, Bolsonaro disse que enviou o ministro da Justiça, Anderson Torres para acompanhar o que classificou como “lamentável episódio”.
O presidente disse repudiar as falas de Jefferson contra a ministra do STF, mas classificou o mandado de prisão como “ação armada”.