O Disque 180, serviço do Governo Federal dedicado ao apoio e proteção às mulheres em situação de violência, registrou, entre janeiro e agosto deste ano, 1.036 denúncias de violência contra a mulher em Alagoas. O número representa um aumento de quase 30% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados apresentados pela coordenadora da Casa da Mulher Alagoana, Paula Lopes. 

A situação de violência atinge números alarmantes também em outros indicadores. Paula revelou que, somente este ano, mais de 2.400 mulheres alagoanas foram vítimas de lesão corporal. “No Brasil, ultrapassamos a marca de 258 mil mulheres agredidas fisicamente, sendo os principais autores dessas agressões parceiros ou ex-parceiros. Em Alagoas, mais de 2.400 mulheres enfrentaram o mesmo drama”, explicou. 

Embora o estado tenha registrado uma redução nos casos de feminicídio em 2024, a violência contra as mulheres ainda choca pela brutalidade. “Tivemos episódios marcados por requintes de crueldade, como o caso de Valquíria Brito, assassinada dentro de um shopping em Maceió, e o de Flávia dos Santos, morta pelo genro, que ocultou o corpo em uma geladeira. Esses episódios nos mostram que ainda há muito a ser feito”, destacou Paula. 

Para reforçar a luta contra essa realidade, a Casa da Mulher Alagoana lançou nesta sexta-feira (22) a campanha *21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher*. A iniciativa busca mobilizar a sociedade e incentivar as vítimas a denunciarem as agressões sofridas. “A denúncia é o primeiro passo para transformar a realidade dessas mulheres, garantindo proteção e a oportunidade de reescreverem suas histórias. Desde 2021, a Casa tem trabalhado com esse objetivo em Alagoas”, afirmou Paula Lopes. 

Denúncias podem ser feitas pelo Disque 180, pelo Disque-Denúncia (181) ou diretamente à polícia, pelo 190. As mulheres também podem procurar a Casa da Mulher Alagoana para receber atendimento e suporte especializado.