Filho de corretor morto chora ao relatar ameaças em julgamento de ex-prefeito de Maribondo
Rosineide de Oliveira Vasconcelos, ex-sogra do réu, também protagonizou momento de grande estranheza e contradição durante testemunho
As primeiras horas do julgamento de Leopoldo César Amorim Pedrosa, ex-prefeito do município de Maribondo, acusado de homicídio duplamente qualificado, foi marcado por forte emoção por parte de familiares da vítima, e de um momento de grande estranheza protagonizado por uma das testemunhas. Rosineide de Oliveira Vasconcelos, ex-sogra do réu, afirmou ter presenciado situações de violência entre o ex-genro e sua filha, porém, logo em seguida, acabou dizendo que ela, Rosianeide, foi quem teria violentado Leopoldo.
A afirmação, entretanto, não condiz com o que ela mesma revelou minutos antes. A testemunha, que atualmente mora no Estado do Rio de Janeiro, confirmou que ela junto com a filha, na época, chegaram a registrar um Boletim de Ocorrências (B.O) contra o réu por violência doméstica. O histórico violento do réu também foi mencionado por João Assis Vieira Neto, irmão da vítima e o primeiro a testemunhar no júri desta quarta-feira (26).
João disse, durante seu testemunho, que o ex-prefeito de Maribondo já era conhecido pelo seu histórico de envolvimento com o tráfico de drogas, por passar cheques sem fundo e por ter sido preso em outras ocasiões.
A segunda testemunha a ser ouvida foi Murilo Souto, policial penal e filho de Gerson Gomes Vieira — corretor de imóveis encontrado morto após um desentendimento financeiro com o réu. Muito emocionado, Murilo relatou que o pai vinha enfrentando dificuldades para receber uma dívida referente à venda de um imóvel a Leopoldo. Segundo ele, o ex-prefeito postergava o pagamento e, diante das cobranças mais firmes da vítima, teria reagido com ameaças veladas. “Ele disse que ia dar um jeito, com o dinheiro dele”, afirmou.
Murilo contou ainda que o réu chegou a prometer parte de uma franquia do restaurante Galeto São Luiz como forma de quitar o débito, algo que nunca se concretizou. No dia do desaparecimento, o corretor havia marcado um encontro com Leopoldo para tentar resolver a pendência financeira. O filho recorda que esteve com o pai naquela manhã e o convidou para almoçar, mas ouviu que o compromisso com o réu havia sido marcado para o mesmo horário. “Logo depois, tentei falar com ele e o celular já estava desligado”, relatou.
O corpo de Gerson foi encontrado cerca de 15 dias após o desaparecimento, em avançado estado de decomposição. Durante o depoimento, Murilo chorou ao descrever o momento em que recebeu a notícia. “O que fizeram com meu pai foi uma covardia. Jogaram ele num canavial para os bichos comerem. Meu pai estava apodrecido, nem reconhecer foi possível. Só o IML conseguiu. Não pude nem me despedir, o caixão teve de ficar fechado”, desabafou, enquanto a juíza interrompia a sessão para que lhe trouxessem água. O irmão de Murilo, presente na plateia, também chorou durante o relato.
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