Política

Manifestação do MST na capital gera discussão na ALE e na Câmara Municipal de Maceió

Parlamentares apresentaram posicionamentos antagônicos acerca da Marcha do MST

Por 7 segundos 09/08/2023 10h10 - Atualizado em 09/08/2023 10h10
Manifestação do MST na capital gera discussão na ALE e na Câmara Municipal de Maceió
Marcha pela Reforma Agrária vira tema de discussões antagônicas no parlamento alagoano - Foto: MST

A Assembleia Legislativa de Alagoas e a Câmara Municipal de Maceió foram palco de discursos antagônicos a respeito da Marcha em Defesa da Democracia e pela Reforma Agrária, tendo como um dos grupos participantes mais conhecidos, o MST.

O grupo, entre outras pautas, pede a exoneração do superintendente do INCRA, César Lira. Além da exoneração do atual superintendente, o grupo retoma a pauta da necessidade de destinação das terras da massa falida do Grupo João Lyra para as famílias acampadas e assentadas no estado.

Na Câmara de Maceió, os vereadores Siderlane Mendonça e Teca Nelma, protagonizaram a discussão sobre o tema. O vereador Siderlane diz que os movimentos de direita pediam autorização à Prefeitura e que, mesmo assim, eram taxados de errado. “Olhando de perto o Instagram deles - MST - o movimento completamente organizado e ainda tem um deputado fazendo palanque político para o movimento. Então já dá pra entender que não é um movimento sem uma conotação política”, afirmou Siderlane.

Em contrapartida, a vereadora Teca Nelma, em defesa do MST, diz que não é nenhuma novidade o vereador Siderlane se colocar contra esse tipo de movimento. “Me questiono e me pergunto onde o senhor estava quando os apoiadores de Bolsonaro passaram três meses em frente ao quartel atrapalhando a vida de diversos maceioenses. A galera ficou em frente ao quartel fazendo arruaça, gritando, , que tiveram diversas manifestações da população próxima, filhos de autistas, pessoas com deficiência que não conseguiam dormir, nem estar próximo àquele local, a gente viu poucas manifestações do senhor relativo a isso”, disse Teca.

A ALE também presenciou discussões antagônicas sobre o assunto. Os deputados Cabo Bebeto e Ronaldo Medeiros usaram a tribuna para falar sobre o tema. De acordo com Cabo Bebeto, a mobilização não teria como principal objetivo a Reforma Agrária, mas sim “cunho político”. “Os líderes do movimento deixam claro que preferem causar tumulto e são pessoas influentes, que usam idosos, crianças e outras pessoas com falta de instrução em um ato que nada tem a ver com a reforma”, criticou.

Após a fala de Bebeto, Ronaldo Medeiros fez seu comentário sobre a mobilização e negou que os envolvidos sejam baderneiros. “O movimento que saiu de Messias em direção a Maceió é composto por trabalhadores que querem viver da terra, que querem dar um futuro de dignidade para suas famílias”, disse.

“É importante que eles produzam para trazer os alimentos para a cidade. A reforma agrária foi feita em todos os países civilizados. Só aqui no Brasil, infelizmente, ainda é preciso sair em marcha para se manifestar, para serem ouvidos”, encerrou o deputado.

A Marcha em Defesa da Democracia e por Reforma Agrária reuniu camposenes de todas as regiões de Alagoas desde segunda-feira (07). A marcha seguiu rumo ao Centro da capital na manhã desta terça (08).