Politicando
Bancada federal busca alternativas para a Fábrica da Pedra
A bancada federal de Alagoas discutiu, nesta terça-feira (21), soluções para buscar alternativas para a Fábrica da Pedra, que atravessa uma grave crise financeira, demitiu 422 funcionários e não tem previsão para a retomada das atividades. Estiveram reunidos Rosinha da Adefal (PT do B), Arthur Lira (PP), Cícero Almeida (PMDB), Ronaldo Lessa (PDT), líder da bancada, e Carimbão (PHS).
“A agenda, desta terça-feira (21), foi em primeiro lugar a discussão e a preocupação da bancada federal com relação ao futuro da Fábrica da Pedra, em Delmiro Gouveia. Nós inclusive falamos, com o próprio Fernando Farias, que é quem comanda o processo, ele relatou a dificuldade que tem tido para encontrar uma solução via retomada dos trabalhos como fábrica de tecidos, mas disse que a bancada ficasse tranquila sobre as questões trabalhistas, já pagou todo mundo, está indenizando todo mundo e a preocupação quanto ao desemprego”, declarou Lessa.
O deputado federal declarou que a ideia do grupo é buscar outras alternativas na área econômica. “Pode ser turismo. Pode ser shoppings. O grupo está estudando alternativas e a bancada federal de Alagoas vai acompanhar isso. Iremos marcar uma outra reunião para que a gente possa, juntos com o grupo responsável pela Fábrica da Pedra e com o governo do Estado para encontrar quais serão as alternativas que nós poderemos ter para o Sertão e para Delmiro Gouveia, uma alternativa que seja importante para o estado de Alagoas”, acrescentou.
Ronaldo Lessa, ex-governador de Alagoas, afirmou que outros assuntos foram deliberados na reunião desta terça-feira (21). “Discutimos um pedido de audiência que os auditores fiscais solicitaram e foi marcado para o dia 03 de abril deste ano. Discutimos também a estiagem que Alagoas está vivendo essa seca tremenda e as enchentes que nós tivemos em 2000, 2006 e 2010. Existe um projeto feito pelo governo anterior, que já foi pago e o projeto existe e que faz o controle das duas questões. Um estudo na Bacia do Mundaú e do Vale do Paraíba”, disse.
Segundo o parlamentar, a bancada quer apresentar esse projeto ao governo de Alagoas, junto com o Crea, Sindicato dos Engenheiros, Clube de Engenharia, Sinduscom. “Queremos conversar com o governo do Estado para que possa executar esse plano, quer seja em uma bacia ou em outra bacia. Não vai ser um projeto que se faça da noite para o dia. Vai demorar alguns anos, sabemos que esse governo não vai ter tempo para concluir esse projeto, mas é importante que o governo atual possa começar esse processo para que a gente possa ter um dia esse controle sobre as enchentes e do represamento de água para ter a perenização dos dois rios”, finalizou.
Fábrica da Pedra
Delmiro Gouveia, foi um herói em seu tempo. De sua visão empresarial originou-se, no início do século XX, a formação do primeiro pólo industrial do Nordeste brasileiro junto com a implantação da primeira industria têxtil no sertão alagoano.
A Cia. Agro Fabril Mercantil começou a funcionar em 05 de junho de 1914, no dia em que comemorava mais um aniversário do seu fundador, na distante Vila da Pedra, hoje município de Delmiro Gouveia. Os primeiros carretéis vieram da Finlândia. A primeira compra de algodão do Egito. Depois veio a utilização do algodão Seridó, plantado nas terras da região.
Com a implantação desta fábrica, o lugarejo inabitado da Pedra, prosperou, ganhou posto telegráfico, estradas e os primeiros automóveis. No primeiro ano de funcionamento a fábrica empregava mais de 800 operários (homens e mulheres) produzindo diariamente mais de dois mil carretéis de linhas para costura, rendas e bordados. Em 1916 a fábrica intensificou a sua produção passando a exportar para a Argentina, Chile, Peru e outros da América do Sul.
Mas, em outubro de 1917, Delmiro Gouveia foi brutalmente assassinado. Com sua morte o controle da Cia Agro Fabril Industrial passou aos irmãos Menezes, até que, no final dos anos 80, após sucessivas crises financeiras, foi adquirida pelo Grupo Cataguases, passando a chamar-se Multifabril Nordeste S/A. Essas crises voltaram a se repetir periodicamente levando a fábrica a ter a sua produção radicalmente reduzida, com o risco de ter as suas portas fechadas.
Em 1992 o Grupo Carlos Lyra, tradicional grupo empresarial no segmento da agro-indústria, de açúcar, álcool e de fertilizantes, com forte participação na economia nacional, aceitou o desafio de não deixar parar a única e tradicional industria da região.
Tendo assumido o controle da empresa, deu-lhe o nome da FÁBRICA DA PEDRA S/A Fiação e Tecelagem, nome este uma homenagem do Dr. Carlos Lyra a cidade onde Delmiro Gouveia fez história, a antiga Vila da Pedra.
Fez-se então uma rápida recuperação do parque industrial, sendo adquiridos equipamentos de ultima geração para a fiação “open-end” e os teares de pinça e a jato de ar, para a tecelagem.
Alguns anos depois, dando continuidade ao processo de modernização industrial, novos investimentos foram realizados, agora no setor de acabamento. Novas máquinas foram adquiridas e novos profissionais foram contratados com o objetivo de melhorar a qualidade dos novos produtos, aumentar a produção e investir na geração de novos empregos. Dentre elas uma das mais modernas máquinas de estamparia rotativa, habilitando-se assim a concorrer com as maiores empresas do país na linha de cama e mesa, nosso principal produto.
No início de 2002, a Fábrica da Pedra S/A, lança a linha Topázio, tecido de alta qualidade, misto de algodão e poliéster. Também oferecido em maquinetado, este tecido foi direcionado para o segmento de camisaria e, em pouco menos de um ano, alcançou a marca de 1.000.000 ms vendidos. Camisas produzidas com o nosso tecido Topázio são feitas especialmente para atender grandes magazines como C&A, Casas Pernambucanas, Renner e redes de lojas de moda masculina.
Em 2003 passamos também a oferecer ao exigente mercado têxtil brasileiro, o Percalyra, um percal clássico, produzido em 100% algodão penteado com fio 40/1 da mais alta qualidade. Sucesso imediato, hoje este tecido é utilizado nos produtos top de linha de marcas como a Altemburg, Kacyumara, Arte & Cazza, Tok Stok e muitas outras.
Hoje a Fábrica da Pedra S/A, produz cerca de 1.500.000 ms de tecido/mês, destinado ao mercado brasileiro e também ao Mercosul e orgulha-se de aproveitar a mão-de-obra local, formada por quase 500 funcionários, dos quais 99% estão em Delmiro Gouveia (AL), município sede da empresa.
O Grupo Carlos Lyra, na pessoa de seu Diretor Presidente, Carlos Lyra, se orgulha de acreditar e de investir sempre no Brasil, como uma das grandes potências mundiais do novo milênio.
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O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.