Meio ambiente

Mais da metade dos municípios alagoanos declaram situação de emergência

Por 7 segundos 21/02/2017 11h11
Mais da metade dos municípios alagoanos declaram situação de emergência
Alagoanos sofrem com a maior seca da história de Alagoas - Foto: Divulgação

A maior seca da história de Alagoas segue causando transtornos para os alagoanos. Os maiores prejudicados são os sertanejos que sofrem há meses com a falta de água. Nesta terça-feira (21), o governo do Estado publicou um decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) de situação de emergência e anormalidade válido por 180 dias em 77 municípios alagoanos.

“O Estado de Alagoas está passando pela mais severa seca dos últimos 100 anos. A situação é grave. Quase 65% dos municípios alagoanos estão em situação de emergência devido à seca”, a declaração foi de Vinícius Nunes Pinho, meteorologista da Sala de Alerta da Secretaria de Estado e dos Recursos Hídricos (Semarh), na manhã desta quarta-feira (08), com exclusividade para o 7 segundos.

Segundo o que foi publicado, o governo estadual observou que compete ao Estado de Alagoas a preservação do bem estar de todos os alagoanos e das atividades socioeconômicas das regiões atingidas por eventos adversos, bem como a adoção imediata das medidas que se fizerem necessárias para, em regime de cooperação, combater situações emergenciais.

Fica, portanto, declarada situação anormal, por 180 dias, caracterizada como situação de emergência, nos municípios de Água Branca, Anadia, Arapiraca, Atalaia, Batalha, Belém, Belo Monte, Boca da Mata, Cacimbinhas, Cajueiro, Campestre, Campo Alegre, Campo Grande, Canapi, Capela, Carneiros, Chã Preta, Coité do Nóia, Colônia Leopoldina, Craíbas, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Feira Grande, Flexeiras, Girau do Ponciano, Ibateguara, Igaci, Igreja Nova, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Joaquim Gomes, Jundiá, Junqueiro e Lagoa da Canoa.

Além desses, o governo declarou anormalidade nas cidades de Limoeiro de Anadia, Major Izidoro, Maravilha, Mar Vermelho, Maribondo, Mata Grande, Messias, Minador do Negrão, Monteirópolis, Murici, Novo Lino, Olho d'Água das Flores, Olho d'Água Grande, Olho d'Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Paulo Jacinto, Pilar, Pindoba, Piranhas, Poço das Trincheiras, Porto Real do Colégio, Quebrangulo, Rio Largo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São Brás, São José da Laje, São José da Tapera, São Sebastião, Senador Rui Palmeira, Tanque d'Árca, Taquarana, Teotônio Vilela, Traipu, União dos Palmares e Viçosa.

Escassez de chuva

O meteorologista da Semarh aproveitou para fazer uma análise sobre a escassez de chuva em Alagoas. “Diversos fatores têm contribuído para o agravamento da estiagem no Estado. Até meados de 2016, o fenômeno El Niño estava influenciando a falta de chuvas. O La Niña, que era uma esperança para muitos alagoanos de dias com mais chuvas, perdeu a sua intensidade e apresenta um período de neutralidade. Ou seja, a previsão do tempo para os próximos três meses em relação às chuvas é abaixo da normalidade. Para você ter uma ideia, dos 12 meses de 2016, em 11 as chuvas não corresponderam às expectativas”, afirmou.

Racionamento

De acordo com Pinho, mais de 70 municípios alagoanos decretaram situação de emergência devido à estiagem que assola o Estado e a situação é grave, pois muitos municípios estão racionando água. “Certamente mais municípios já decretaram e estão esperando o reconhecimento da situação pelo governo federal. Todos os municípios do sertão, sertão do São Francisco, Agreste e grande parte da Zona da Mata estão sofrendo com essa seca. O período mais problemático foi o inverno de 2016, onde choveu cerca de 40% do que era esperado. Isso resultou num baixo armazenamento de água nos municípios. E reservatórios secos, pois a chuva não foi suficiente, contribuindo para o agravamento do abastecimento de água”, explicou.

Ações da Semarh

Segundo Pinho, a Semarh desenvolveu inúmeras ações para combater a maior seca dos últimos 100 anos em Alagoas. “A Secretaria tem um programa de perfuração de poços em áreas emergenciais. Estamos perfurando centenas de poços para atender a população. Além disso, outro programa importante é o de recuperação de nascentes. E hoje, no site da Semarh, nós da Sala de Alerta disponibilizamos uma série de informações relativas à seca.

Defesa Civil

A Defesa Civil pediu ao governo do Estado que decretasse situação de emergência nos 77 municípios alagoanos. Os números são quase o dobro do ano passado, que foram 40 municípios.

Há seis anos com chuvas abaixo da média em Alagoas, a seca se agrava cada vez mais. A Defesa Civil do estado fez um estudo pluviométrico, bem como das perdas agrícolas, e constatou um cenário hídrico considerado muito crítico.