Era início dos anos 2000. Arapiraca passava por uma grande mudança em sua estrutura administrativa, com uma gestão de ganhava cada vez mais apelo popular. Na política, aos poucos a cidade se superava a trágica morte da então deputada Ceci Cunha, ocorrida em 1998.

Na época, o deputado estadual Rogerio Teófilo fazia um pífio mandato na Assembléia Legislativa, nenhum com projetos relevantes ou que tenham mexido com o cenário do desenvolvimento de Alagoas. 

Uma ideia da então prefeita Célia Rocha e seu grupo coloca Arapiraca de novo na Câmara Federal. O escolhido foi Teófilo. Com alta aceitação dela na administração municipal na cidade e na região, as chances aumentaria. O sucesso estava próximo. 

Foi aí que por pouco um fato lamentável não melou com os planos. Rogerio sofreu um acidente. O caso foi grave, tanto que muletas o acompanharam por semanas e um caminhar mais lento virou seu destino pra sempre.

Apesar do problema, Célia Rocha e em nenhum momento pensou em trocar de candidato, mesmo com a evidência de que a campanha estava comprometida e ele não poderia andar pelo Estado. Ela o fez. A prefeita percorreu a cidade, os municípios vizinhos e durante aquela eleição foi “as pernas de Teófilo”, como ela mesmo já disse alguns anos atrás. 

A vitória foi conquistada, graças a Célia. O prestígio da prefeita era imbatível. Foi um grande momento para o grupo político que tomava conta da segunda maior cidade de Alagoas.

Quatro anos antes, em 1998, Célia também já havia apoiado Teófilo como candidato a deputado estadual. O mesmo aconteceu em 1988 e 1992, quando ele tentou por duas vezes ser o prefeito da cidade, mas foi derrotado em ambas. 

Voltando aos anos 2000... após quatro anos na Câmara Federal, Teófilo tentaria a reeleição em 2006. Contou com o apoio novamente da então agora ex-prefeita Célia Rocha e do prefeito Luciano Barbosa. Mas seu fraco desempenho em Brasília e sua imagem “cansada” o fizeram perder o pleito. 

Naquele ano, o grupo encarou como uma “tragédia” política. Arapiraca não teria mais uma cadeira no legislativo federal. Seria o fim da parceria com Rocha-Teófilo? Não! Dois anos depois, em 2008, Luciano iria para reeleição muito bem avaliado. Ao seu lado na chapa, o escolhido foi Teófilo. Mais uma vez recebendo apoio do grupo.

A relação só chegou ao fim em 2011, quando Rogerio se filiou ao PSDB e se lançou candidato a prefeito, mesmo contra o grupo que esteve ao seu lado por quase duas décadas.

Na eleição de 2012, uma derrota apertada (diferença de pouco mais de 4 mil votos) para a própria Célia. Quatro anos depois, enfim virou prefeito ao derrotar o deputado Ricardo Nezinho, no pleito mais difícil da história do município. Foram apenas 259 votos de diferença. 

Vale lembrar também que em 1996, quando Célia foi eleita pela primeira vez o vice-prefeito foi Geraldo Cajueiro Filho, cunhado do atual prefeito. Quatro anos depois, em 2000, foi a vez de Ricardo Teófilo, seu irmão. Os dois casos a indicação foi de Rogerio.

Hoje, mesmo após mais de dois anos e meio a frente da prefeitura, Teófilo não cansa de usar as mídias para criticar os antigos gestores, ou seja, o grupo que esteve ao seu lado por tantos anos. Raiva? Estrategia de defesa? Foco na tentativa de reeleição? Isso só o próprio prefeito pode responder.