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Durante investigação sobre "voto casadinho", Fabiana pode ser afastada da prefeitura

Caso pedido chegue à Câmara, vereadores afirmam que maioria deve aprovar afastamento

08/10/2020 12h12 - Atualizado em 08/10/2020 12h12
Durante investigação sobre 'voto casadinho', Fabiana pode ser afastada da prefeitura

Em decorrência das denúncias sobre o uso da máquina administrativa para promover a campanha eleitoral, Fabiana Pessoa pode ser afastada do cargo de prefeita no decorrer das investigações que estão sendo conduzidas pelo Ministério Público Eleitoral. Caso o promotor da 22ª Zona Eleitoral, Rogério Paranhos, entenda que a prefeita pode tentar obstruir as investigações sobre o esquema de "voto casadinho", influenciando ou coagindo servidores municipais, ele pode encaminhar à Câmara Municipal de Arapiraca pedido para que ela seja afastada do cargo.

Informações de bastidores na Câmara dão conta que alguns parlamentares, entre eles até mesmo alguns dos que publicamente são vistos como aliados estão certos de que, se isso acontecer, eles devem votar favoráveis ao afastamento. Isso deve abalar a confiança de Fabiana Pessoa que estará pleiteando a reeleição para o cargo do qual foi afastada, além de servir de prato cheio para a oposição, que ajuizou representações pedindo que a candidatura dela seja impugnada em decorrência da publicidade de atos da gestão municipal em seus perfis nas redes sociais.

Neste caso, a Justiça Eleitoral já determinou prazo de 24 horas para a retirada das propagandas consideradas irregulares, dos perfis da candidata.

O promotor Rogério Paranhos instaurou um procedimento para investigar a denúncia de "voto casadinho", após matéria publicada no 7Segundos, relativa à exoneração da enfermeira Liliane Francisca da Silva, depois de ter sido tornado público um áudio em que ela afirma ter recebido proposta de votar na atual gestora e em um candidato a vereador indicado (o "voto casado") para se manter no cargo de gerente de uma unidade de saúde.

Após passar cerca de três horas ouvindo a enfermeira, Paranhos declarou que a ex-servidora revelou informações que levam a acreditar que houve uma reunião dentro da prefeitura de Arapiraca onde a mesma proposta teria sido feita a mais comissionados. O promotor deve convocar outros funcionários públicos municipais e envolver também a 4ª Promotoria de Justiça nas investigações, uma vez que, caso seja comprovada a situação, Fabiana Pessoa pode ser responsabilizada enquanto gestora pública.

"Não vamos fazer uma avaliação ainda sobre o mérito do fato, mas em tese, essa já é uma conduta vedada aos agentes públicos. Não se pode usar qualquer cargo para fins eleitorais. A Lei Eleitoral proíbe qualquer tentativa de cooptação eleitoral, em troca de qualquer tipo de coisa, seja de cargo, dinheiro ou bens, seja por agentes públicos ou por uma pessoa individual. Os fatos realmente são graves, mas se aconteceram ou não, e como ocorreu, ainda está sob investigação, e não podemos adiantar pois as investigações estão iniciando. Com muita prudência e firmeza, as investigações irão continuar.", finalizou Rogério Paranhos.

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