Bastidores
Renan evita citar Lula, mas aumenta tom das críticas a Bolsonaro em passagem por AL
Senador fez um ‘tour’ pelo estado acompanhado pelo governador Renan Filho
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) parece estar muito bem focado nos recados que pretende passar a todos que o escutam. O discurso do senador fica bem claro a cada passagem que faz em alguma comunidade que visita, normalmente levado pelo governador Renan Filho. As realizações à frente da CPI do Covid, bem como pesadas críticas ao presidente Bolsonaro são a tônica do discurso calheirista.
Na Vila Aparecida, zona rural de Arapiraca, onde esteve na última sexta-feira (05), Renan mais uma vez aproveitou a oportunidade para criticar fortemente a condução da pandemia pelo presidente. Dentre outros adjetivos, Calheiros afirmou que o Brasil se transformou no “cemitério do mundo”, em referência às mais de 600 mil vidas perdidas para o vírus.
No discurso da última sexta, o senador defendeu o trabalho da CPI. “Foram dias de muita dificuldade, porque o povo brasileiro tinha o direito de saber o que aconteceu com relação a pandemia. E o porquê do Brasil ter se transformado no cemitério do mundo, nesse morticínio que levou mais de 600 mil vidas”, afirmou.
Renan ressaltou o fato de ser, pela primeira vez, membro de uma CPI, e não a pessoa que indica um membro. “Fui quatro vezes presidente do senado federal e nunca havia participado de uma CPI. Mas desta vez precisávamos enfrentar o negacionismo que estava posto no país, defender a ciência, defender o conhecimento, eu fiz questão pessoalmente de participar”, disse.
Calheiros ressaltou que o presidente não pode deixar de fazer aquilo para o qual é obrigado pela constituição. “O presidente pode não acreditar na eficácia das vacinas, mas ele não pode deixar de fazer aquilo que a constituição federal obriga que ele faça enquanto estiver sentado naquela cadeira”, afirmou, sendo aplaudido por uma parcela do público presente.
Talvez por constatar que ali havia um público dividido em se tratando da política nacional, Renan evitou falar no nome de Lula, seu eventual candidato à presidência da república, embora tenha feito uma referência clara ao ex-presidente, já no final do seu discurso. “Gostaria de tranquilizar meus amigos prefeitos. Não quero continuar definitivamente na oposição. Quero integrar um governo para retomar o crescimento da economia, retomar o desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas”, finalizou.
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