Como se sabe em todas rodas políticas, o ex-governador Téo Vilela e o senador Renan Calheiros são amigos para além da política. Dia desses, em pleno calor de fevereiro, viralizou uma imagem em que Renan e Téo, ambos de bermuda e sorrindo, se encontraram e desfrutaram do fim de semana numa casa na praia do Francês.

Esta amizade pode facilitar a execução de um projeto em curso pelo Calheiros, e já apresentado a Téo. Renan teria, segundo informações, oferecido a Pedro Vilela a primeira suplência de Renan Filho, o favorito nas eleições para o senado.

A solução pensada por Renan, em que pese entregar a um aliado uma função de confiança, atinge dois objetivos imediatos: “ajeita” a vida de Pedro Vilela, que tem sua reeleição muito ameaçada à câmara federal, e de quebra leva o PSDB para o grupo calheirista, inviabilizando a eleição de Jó Pereira como vice de Rodrigo Cunha (UB).

Nesta semana, entrevistado pela Rede Antena 7, o ex-governador deu indícios de que não pretende entrar em contenda com Jó – já que pode tê-la como companheira de palanque. “A deputada fez algumas críticas ao nosso governo, está no direito dela. O importante é que a maioria dos deputados são nossos aliados”, desconversou.

Em tese, hoje o PSDB é controlado pelo deputado Pedro Vilela – mas na prática, a legenda voltou ao colo de Teo, que tem peso não só nas decisões estaduais, como nacionais. Ou seja, mesmo que Rodrigo, Jó ou Arthur Lira recorram às instâncias superiores do PSDB, a decisão do ex-governador pesa na manutenção de sua posição.

Pedro teve pouco mais de 37 mil votos em 2018 – o que não foi suficiente para lhe reeleger, mas garantiu a primeira suplência graças a JHC, que foi campeão de votos nesta eleição. Em 2022, com o fim das coligações e a saída de Rodrigo e seus aliados, Pedro está ensaiando a chapa do “eu sozinho”, já que não tem até o momento nenhum outro colega de chapa forte na votação.

Fazendo um exercício de futurologia, num cenário com Lula presidente e Renan Filho senador, este pode até ser chamado para um ministério – o que é bem provável para ele ou seu pai. E quem assumiria o posto de senador por Alagoas? Ele mesmo, Pedro Vilela.

O xadrez político segue sendo jogado.