A candidatura de Március Beltrão à Câmara Federal ainda não pode ser considerada carta fora do baralho - ao menos no que depender do deputado federal Arthur Lira, líder informal do UB, legenda de Beltrão. Pela sobrevivência da própria chapa, Lira tentará demover Március da ideia de desistir do pleito. Os dois devem se encontrar para tratar do assunto.

O clima nas bases de Március é de desistência. O ex-prefeito conversou com algumas bases eleitorais nos últimos dias e já comunicou que não irá mais disputar as eleições deste ano.

Para conseguir mantê-lo na chapa, Lira pode permitir informalmente que o ex-prefeito continue apoiando Renan Filho e Paulo Dantas na majoritária. Mais importante do que os votos em Rodrigo e Davi Davino, neste momento, é a manutenção da chapa em condições de eleger ao menos um deputado federal.

Isto porque, segundo os bastidores, se Március deixar o grupo, são grandes as chances de Rodrigo Valença, ex-prefeito de São José da Laje, também desistir da eleição. Sem dois puxadores de voto, fica praticamente impossível para o ex-SSP Alfredo Gaspar conseguir mais de 120 mil votos sozinho.

Sem viabilidade na chapa de federal, que é a “mina de ouro” dos partidos (é a quantidade de federais que define o fundo eleitoral das próximas eleições), a direção nacional do União Brasil pode não repassar nenhum fundo eleitoral para Alagoas, criando dificuldades até para a campanha de Rodrigo Cunha.