Que Renan Calheiros foi figura importante na vitória e ainda antes, na viabilidade de Lula (PT) como candidato à presidência da República, poucos discutem. Porém, mesmo gozando de bom trânsito com o presidente eleito, Calheiros pena para emplacar um ministro que chame de seu.

Como é normal da democracia, a disputa por ministérios neste momento é forte em Brasília - e se intensifica ainda mais à medida em que se aproxima o dia 12, data colocada por Lula para anunciar pelo menos 80% dos seus ministros.

Desde o começo das negociações, Calheiros tenta encaixar como ministeriável Renan Filho, senador eleito. O cenário perfeito para Renan, o pai, seria que sua indicação não fosse a do MDB, mas dele pessoal, por sua proximidade com Lula e por "brigar" pelo presidente desde os tempos de prisão em Curitiba.

Mas a realidade não é tão fácil quanto se pensava. A ideia de indicação pessoal de Renan foi logo descartada, por um motivo simples: não há tantos ministérios para tantos "amigos-irmãos" de Lula.

Dessa forma, restou a Calheiros disputar dentro do MDB a indicação de Renan Filho. Uma luta árdua, já que a legenda tem outros tantos nomes de peso para ocupar ministérios, a começar pela ex-candidata à presidência Simone Tebet.

Como Lula sinaliza que Tebet não será indicação do partido, por ter sido candidata a presidência e figura importante para fazer Lula penetrar no meio do agro - eleitorado arredio ao PT - o caminho ficou aberto para os Calheiros, que podem ter Renan Filho anunciado como ministro na próxima semana.

A indicação não está fechada, pois como também é normal na política, toda hora surge um "nome novo" dentro do MDB para derrubar Renanzinho. Mas ele deve mesmo ser confirmado pelo presidente para seu 1º escalão.