Professor Abel

Professor Abel

Professor Abel

Análise da prova do ENEM com o professor Kallaran: o que foi visto das áreas de Ciências da Natureza e Matemática.

17/11/2025 21h09 - Atualizado em 17/11/2025 22h10
Análise da prova do ENEM com o professor Kallaran: o que foi visto das áreas de Ciências da Natureza e Matemática.

Em uma conversa franca e bastante rica, o professor Kallaran — que além de ensinar Física também fez o ENEM 2025 como participante — compartilhou suas impressões sobre a estrutura, o nível das questões e a experiência real dentro da sala de prova. Suas observações ajudam a compreender não apenas o que caiu, mas também como o exame tem se comportado e o que os estudantes precisam ajustar para os próximos anos.

Ciências da Natureza: Física mais teórica, boa distribuição e poucas surpresas

Segundo Kallaran, a prova de Ciências da Natureza se manteve fiel à tradição do ENEM, mas com um detalhe importante:

“Na parte de Física teve bem mais questões teóricas. Caiu muito ondulatória, circuitos elétricos e eletrodinâmica. Os assuntos estavam bem distribuídos e não houve questão polêmica.”

Ele destaca que o aluno que estudou de maneira consistente ao longo do ano não foi surpreendido. A prova exigiu mais compreensão conceitual do que cálculos pesados — uma tendência que dialoga diretamente com o caráter interpretativo do ENEM.
Química, segundo ele, manteve o padrão: 

“Muita interpretação, sem textos exageradamente longos. Uma prova boa.”

Já em Biologia, a interdisciplinaridade apareceu com força, especialmente nas questões que integravam conteúdos ambientais e geográficos, como Caatinga e Cerrado.

Matemática: variedade, questões acessíveis e algumas pedras no caminho

A prova de Matemática seguiu a linha dos anos anteriores, trazendo questões possíveis de resolver,  mas sem abrir mão de desafios importantes.

“Tiveram questões tranquilas, inclusive uma das mais fáceis de todos os ENEMs — a do Usain Bolt, que era basicamente interpretar e subtrair. Mas também houve itens muito complexos, como a função trigonométrica da prova amarela (questão 159) e uma questão de logaritmo com interpretação bem exigente.”

Kallaran enfatiza que, apesar dessas dificuldades pontuais, a prova foi honesta e alinhada ao que se espera do exame: interpretação rigorosa, domínio de conceitos e habilidade de leitura matemática.

A diferença entre o 1º e o 2º dia: tempo apertado e estabilidade. Um ponto forte da análise é a comparação entre os dias de prova. Kalarram relatou que sentiu o tempo mais apertado no primeiro dia, percepção compartilhada por muitos candidatos.

“No segundo dia, a prova de Natureza estava muito boa. Tinha questões que exigiam pensar, mas nenhuma de difícil execução. Já a de Matemática manteve equilíbrio entre itens muito simples e outros extremamente trabalhosos.”

Por que professores devem fazer a prova?

A fala de Kallaram reforça algo essencial para quem forma candidatos ao ENEM: vivenciar a prova é uma ferramenta pedagógica poderosa.

Entender o ritmo, sentir o peso do tempo, perceber o tipo de interpretação exigida e identificar o que realmente se pede em cada questão transforma a forma como ensinamos e planejamos.
Quando professores se colocam no lugar do estudante, ganham repertório, sensibilidade e precisão para orientar suas turmas. Fazer o ENEM não é apenas um ato de pesquisa: é um compromisso com a qualidade da preparação que oferecemos.

Sobre o blog

Thiago Abel, mas podem me chamar apenas de Abel. Professor,  e inquieto por natureza. O objetivo do blog é observar o que de fato importa no cotidiano do povo arapiraquense e tudo que influencie em nossas terras.

Arquivos