Futebol

Luiz Alberto diz que foi isolado no Boca Juniors

Por 7 Segundos com UOL Esporte 07/04/2016 10h10
Luiz Alberto diz que foi isolado no Boca Juniors
- Foto: Uol Esporte

Campeão da Copa do Brasil (2007) e vice da Libertadores (2008) pelo Fluminense e campeão carioca pelo Flamengo (1996, 1999 e 2000), Luiz Alberto vive hoje outra realidade. Acostumado a defender clubes de grande massa, o zagueiro – responsável por divertidas e conscientes entrevistas ao longo da carreira – atualmente defende o Boavista, time que disputa a Taça Guanabara e ainda tem chances de classificação para as semifinais do torneio.

Hoje com 38 anos, o zagueiro, revelado pelo Flamengo, acumula passagens por grandes clubes brasileiros como Internacional, Atlético-MG, Santos, Fluminense e Atlético-PR. Fora isso, ainda teve algumas experiências fora do país. Na França, jogou pelo Saint-Etienne. Na Espanha, defendeu o Real Sociedad. E na Argentina, atuou pelo Boca Juniors. E justamente esta última, ocorrida em 2010 após passagem de destaque pelo Flu, quer ser esquecida por Luiz Alberto.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o ex-xerifão do Flu, que na época chegou a formar dupla de zaga com Thiago Silva, contou sobre o drama que viveu no país.

"Nossa, eu não quero nem lembrar disso, foi sofrimento pra todo o lado, a família sofreu, foi difícil. Eu levei a minha família pra lá e a gente passou uma dificuldade muito grande. Não sei se em outra profissão é assim na Argentina, eu não sei se é só a questão de futebol, mas eu aconselho nenhum jogador de futebol ir pra lá", disse Luiz, para depois dar mais detalhes.

"Primeiro que a aceitação não é muito boa, a verdade é essa. Eu ficava lá isolado, entrava no vestiário, ficava isolado, batia papo com um e outro, depois do treino tomava meu banho e ia para casa e ficava com a minha família. Prometeram um carro, não deram o carro, essas coisas todas...", acrescentou o zagueiro, que sequer aguentou cumprir o contrato de seis meses.

"Eu fui comprado por seis meses e joguei oito partidas. Eu que pedi para ir embora... Falei para a minha esposa: 'é o seguinte, vamos embora e voltar para o Brasil, isso aqui não é para gente, não'. Ela falou: 'você é quem sabe'. Aí eu fui até ao presidente e falei: 'eu não quero jogar mais, vamos encerrar este contrato, está terminando mesmo, me deixa ir embora', e acabou. Peguei minhas coisas, pagaram bonitinho e fui embora. Fiquei lá quatro meses", lembrou.

De acordo com Luiz Alberto, os argentinos não chegam a deixar explícita a antipatia para com os brasileiros, mas é algo que acaba sendo percebido através de expressões e do próprio ambiente de trabalho. Ao menos, o zagueiro destaca um 'lado positivo' dos argentinos: um grande amigo que fez no Fluminense, chamado Dario Conca.

"Os caras lá não falam eu não gosto de brasileiros, mas você sente que não gostam, eles não falam nítido assim, mas você sente o ambiente, é estranho aqui para gente. Eu falo isso para jogar futebol, não sei com outras profissões, mas vou ser sincero: eu conheço um argentino, mas ele não deve ser Argentino, não... é o Conca [risos], esse é demais de gente boa", brincou.

Hoje no Boavista, Luiz Alberto não faz planos de quando vai pendurar as chuteiras. "Até eu não aguentar mais", brinca o zagueiro, que por outro lado já sabe o que fará depois que abandonar a carreira de jogador: buscar carreira como técnico.

"Ah, agora eu vou até eu não aguentar mais. Vai chegar um ano que eu vou falar: 'não dá mais, eu vou ficar em casa'. Mas enquanto eu estiver bem para acompanhar eu vou indo, 40, 41, 42 anos, agora não tenho uma idade certa para parar, não, mas quando parar eu quero trabalhar numa comissão técnica pra ter experiência e futuramente ser treinador", completou.

Mas enquanto não vira técnico, Luiz Alberto tenta ajudar o Boavista a se classificar para as semifinais da Taça Guanabara. Com seis pontos em cinco jogos, seu time ocupa o quinto lugar da tabela, a apenas uma posição da zona de classificação. Nas duas últimas rodadas, encara Flamengo, neste sábado, no Raulino de Oliveira, e Botafogo, dia 17, em Bacaxá.