Esportes Brasil

Ministério Público vai pedir 10 anos de prisão a acusados de fraude no futebol

Por Claudio Barbosa com G1 07/07/2016 17h05
Ministério Público vai pedir 10 anos de prisão a acusados de fraude no futebol
Promotor Paulo Castilho (de cinza) quer penas de até 10 anos por fraude - Foto: (Foto: Martin Fernandez)

Segundo o promotor Paulo Castilho, o Ministério Público de São Paulo deve apresentar denúncia contra os acusados de manipulação de resultados na próxima semana por formação de quadrilha e fraude esportiva. As penas podem chegar a 10 anos de prisão.

Oito pessoas foram presas na última quarta-feira na operação “Game Over”, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo. Eles foram indiciados por combinar resultados de campeonatos em São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte e Maranhão. Há indícios que apontam tentativas de fraude, ao menos, no Acre, Paraná e no Mato Grosso.

– Os próximos passos serão a renovação do pedido de prisão temporária para que o Ministério Público possa oferecer uma denúncia bem elaborada, com muitos elementos, para transformar em prisão preventiva – explicou Castilho.

A investigação começou após alerta de uma empresa especializada no monitoramento de possíveis fraudes esportivas contratadas pela Fifa. A companhia identificou suspeitas em um jogo do Paulista sub-20 em que o Atlético Sorocaba foi derrotado pelo Santo André por 9 a 0.
O caso chegou ao Ministério Público Paulista, que acionou a polícia. Foram feitas interceptações telefônicas que ajudaram a identificar os acusados e a concluir que se tratava de uma organização internacional: Os apostadores são asiáticos, da Malásia, da China e da Indonésia, e utilizam intermediários no Brasil para aliciar jogadores e técnicos.

Entre os oito presos, estão o ex-jogador Marcio Souza, considerado o “número 2” do grupo no Brasil e elo com os orientais, e o goleiro Carlos Luna, que fazia o contato com os atletas. A polícia ainda procura Anderson Silva Rodrigues, considerado o chefe do bando.

Segundo o delegado Mario Sergio de Oliveira Pinto, o esquema subornava os times que perderiam os jogos, jamais havia dinheiro para os times que deveriam ganhar as partidas – as quantias giravam entre US$ 20 mil e US$ 30 mil por confronto acertado. O número de envolvidos em cada resultado armado também variava.

– Houve casos de estar o time inteiro envolvido, do presidente até os jogadores, passando pelo técnico. Em outros, bastava que alguns jogadores estivessem envolvidos – disse Oliveira Pinto.
O delegado disse ainda que vê muitas semelhanças entre o caso do Brasil e o escândalo que abalou o futebol italiano na temporada 2011-12. O caso da Itália resultou em punição esportiva (perda de tempos) para 15 clubes – 20 pessoas receberam penas que variaram de advertência a suspensões de qualquer atividade relacionada a futebol.