Rebaixado, sem dinheiro, funcionários em greve: o inferno astral do Santa Cruz
Historicamente, o Santa Cruz é um clube que vive no aperto. E isso é dito de viva voz pela atual diretoria do clube. Mas nesta temporada, a situação apertou muito, seja por conta das más administrações anteriores como também por erros de planejamento atuais. Os jogadores sofrem com três meses de atrasos. E os funcionários, com seis. O panorama, principalmente para os trabalhadores, é calamitoso e escancara os erros dos que gerem o clube e culminaram com o rebaixamento à Série B nesta quarta-feira.
O presidente Alírio Moraes é quem tenta, a todo custo, sanar os problemas. Os trabalhadores do Santa Cruz reconhecem isso. Porém, vivem um drama em suas casas e querem dinheiro no bolso, principalmente porque grande parte deles recebem um salário mínimo.
Várias cotas que o Santa Cruz esperava estão bloqueadas por conta de processos na Justiça do Trabalho. Além das dívidas trabalhistas, existem dívidas federais, municipais e na Justiça comum. Vários processos voltaram à pauta neste ano e o Santa se viu sem receitas de alguns fornecedores - bloqueadas - e até da Conmebol, pela participação e classificação à fase internacional da Copa Sul-Americana (falta R$ 1,1 milhão).
O desespero ainda é grande. Vários funcionários relataram as dificuldades vividas em casa, beirando até a fome. E os jogadores se viram envolvidos com a situação. Líderes como Grafite e Danny Morais ajudam os trabalhadores, notadamente com cestas básicas.
O presidente Alírio Moraes chegou a injetar milhões do próprio bolso para tentar minimizar a situação financeira do clube. A folha salarial dos funcionários do departamento administrativo gira em torno de R$ 175 mil. Dos outros trabalhadores ligados ao futebol, R$ 337 mil.