Para discutir a importância de flúor na água potável de Alagoas para redução de cárie dental, a segunda edição do Fórum de Fluoretação das Águas de Abastecimento Público do Estado de Alagoas (Fluoral) reúne nomes importantes no cenário estadual e nacional para debater a real situação da Saúde Bucal dos alagoanos. O evento será realizado na segunda-feira (21), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá.

O Fórum, que prossegue na terça-feira (22), é um evento científico que vai discutir a efetivação do método de fluoretação das águas nos municípios do Estado de Alagoas. Com o objetivo de conscientizar gestores públicos, profissionais afins e todos os setores envolvidos no processo, o encontro visa discutir uma reflexão sobre as políticas e práticas presentes e futuras na qualidade, distribuição geográfica e fluoretação das águas, criando condições de sua implantação e implementação no Estado e contribuindo para a significativa redução do ataque da cárie dental na população alagoana.

Participam do Fórum, Gilberto Pucca, coordenador Nacional de Saúde Bucal; o professor Paulo Capel (USP) e consultor do Ministério da Saúde; o professor Fábio Correia Sampaio (UFPB); o engenheiro Álvaro José Menezes da Costa, da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes); o professor Marco Manfredini (USP); o professor Jaime Cury (Unicamp); a professora Nilcema Figueiredo (UFPE CECOL); o professor Natanael Barbosa dos Santos (Ufal); e a diretora da Vigilância em Saúde Ambiental da Sesau/AL, a engenheira ambiental Maria Elisabeth Vieira da Rocha.

Também estarão presentes representante da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), que vai abordar sobre a experiência de implantação do sistema de fluoretação das águas no Estado de São Paulo; e representante do Ministério Público, que vai explicar sobre os aspectos legais da fluoretação das águas.

APOIO – A estratégia para redução de cáries dentárias a partir da implantação de flúor no sistema de abastecimento de água do Estado foi o assunto discutido entre o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, o presidente do Conselho Regional de Odontologia, Hildeberto Lins, e o gerente de Saúde Bucal da Atenção Básica, Paulo Sérgio Moreira, em reunião no dia 20 de outubro. Na ocasião, Toledo destacou a importância da estratégia e garantiu o apoio para que a iniciativa seja implantada em Alagoas.

Através da resolução nº 026, de 5 de outubro de 2011, ficou determinada a decisão do Conselho Estadual de Saúde em apoiar o Fluoral, cobrando, junto ao Governo do Estado de Alagoas, o cumprimento da legislação, com adoção de medidas jurídicas e administrativas para a implantação do flúor nas águas de abastecimento público em todos os municípios alagoanos.

O fórum é uma realização do Conselho Regional de Odontologia de Alagoas, com o apoio da Associação Brasileira de Odontologia/AL e Academia Alagoana de Odontologia. O evento tem o patrocínio da Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas, Conselho Federal de Odontologia (CFO), Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e Universidade Federal de Alagoas.


O projeto da Fluoretação em Alagoas

O Conselho Regional de Odontologia, em parceria com a Saúde e a Casal, analisa três vertentes para implantação do flúor nas estações de abastecimento de água: os números da cárie dental em Alagoas, a distribuição geográfica da água no Estado e a viabilidade técnica do sistema.

“O flúor na torneira é o maior veículo da saúde oral. É o método mais seguro, prático, econômico e democrático. Sem risco nenhum para a saúde, a fluoretação apenas beneficia a saúde em geral”, explicou Hildeberto Lins, sobre o trabalho de resgate do direito de cidadania, um impositivo legal presente na Lei 6.050/74.

FLUORETAÇÃO – Tecnologia de Saúde Pública recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e por todas as entidades odontológicas e de saúde coletiva do Brasil, a fluoretação é empregada desde 1945 para prevenção da cárie dentária, utilizando a água de abastecimento público como veículo para o flúor.

Considerada uma das dez maiores conquistas da saúde pública, principalmente por seu caráter democrático, abrangendo uniformemente a população (de qualquer nível social e econômico), a fluoretação das águas de abastecimento público é uma das principais medidas empregadas na redução dos índices de cárie em todo mundo (MS, 2006).


A programação do II Fluoral

O Fórum contará com a realização de mesa redonda, simpósio, conferências, e exposição de trabalhos em forma de painéis, relacionados ao uso do método de fluoretação das águas, à situação da cárie dental em Alagoas e à distribuição geográfica da água de abastecimento público no Estado de Alagoas.

O Fluoral começa na segunda-feira, 21 de novembro, e apresenta das 8h às 10h, o simpósio Epidemiologia da Cárie Dentária. Das 10h às 12h, acontece a conferência Metabolismo, Mecanismo de Ação e Toxidade do Fluoreto. A partir das 14h o simpósio aborda sobre Fluoretação de Águas do Abastecimento Público. Às 16h, mesa redonda sobre Experiências Estaduais no Uso da Fluoretação das Águas: seus aspectos tecnológicos e impactos sócio-econômicos.

Às 20h, acontece a Abertura Oficial do II Fluoral, com a conferência de abertura “A Fluoretação das Águas de Abastecimento Público como Eixo de Política Nacional de Saúde Bucal” e discute também sobre “As Águas em Alagoas: a visão sócio-política de sua distribuição”.

No segundo dia do evento, terça-feira, 22 de novembro, das 8h às 10h, acontece o simpósio sobre Distribuição Geográfica da Água no Estado de Alagoas. A partir das 10h, a conferência discute sobre O Canal do Sertão: sua viabilidade técnica e econômica como veículo de saúde.

No período da tarde, o simpósio é sobre Sistemas de Fluoretação das Águas. Das 16 às 18h, a mesa de debate aborda sobre Implicações Legais e Sócio-Econômicas do Não Emprego do Flúor nas Águas de Abastecimento Público em Alagoas – o papel das entidades de defesa de cidadania.


A importância do Fluoral para a vigilância da qualidade da água para consumo humano em Alagoas

A Vigilância em Saúde Ambiental pretende, durante o fórum, ampliar a divulgação da necessidade da fluoretação como medida de saúde pública, como um alerta sobre a necessidade de cumprimento pelas concessionárias e permissionárias de abastecimento de água, da legislação federal.

“A adequação dos teores de flúor e a variabilidade de critérios utilizados para aferir a qualidade do componente dificultam a tomada de decisão, segundo bases técnicas do trabalho da vigilância, visto que, no tratamento hídrico, a ausência temporária ou a variação de flúor na água de abastecimento não torna a água imprópria para consumo”, explicou a engenheira ambiental Maria Elisabeth Vieira da Rocha,

Ainda segundo a engenheira, o debate vem em momento oportuno, pois está para ser publicada a revisão da portaria MS 518/2004, referente a procedimentos relativos à vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. As inscrições para o Fluoral podem ser realizadas no site http://www.croal.org.br/fluoral/