Educação

UFAL desenvolve projeto para beneficiar piscicultores do São Francisco

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Por Assessoria 28/05/2012 12h12
UFAL desenvolve projeto para beneficiar piscicultores do São Francisco
Desenvolver modelos matemáticos para melhoria das condições socioeconômicas de piscicultores de municípios ribeirinhos do Rio São Francisco, e em especial, cultivadores de tilápia, é a pesquisa coordenada pelo professor Gabriel Soares Badue, docente dos cursos de Engenharia de Produção e Engenharia Civil, do Campus do Sertão. O estudo visa beneficiar produtores assistidos pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Delta do São Francisco, otimizando a atividade econômica que é meio de subsistência para inúmeras famílias da região.

Denominada de “Modelagem da Matemática Aplicada no cultivo de tilápia por pequenos produtores”, a pesquisa teve dados coletados e estudo topográfico no povoado Limeirão, em Delmiro Gouveia, e tem elaborados modelos matemáticos que representam ambientes e condições nas quais os cultivos de tilápia atendidos pelo APL Delta do São Francisco são desenvolvidos. A pesquisa tem a parceria do governo do Estado e Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AL) e conta com a participação de alunos dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia de Produção, integrantes dos Programas de Bolsas de Desenvolvimento Institucional (BDI) e de Permanência e colaboradores.

O professor Gabriel Badue diz que a elaboração de modelos matemáticos dentro da realidade local atende à demanda da Associação dos Piscicultores e Pescadores de Pescados Artesanais do povoado Salgado, em Limeirão, e abrange também a inclusão social de mulheres na atividade; o consumo da espécie no município; e infraestrutura, como o projeto de um elevador para transporte de pescados, ração e equipamentos. O projeto do elevador tem a orientação dos docentes Romildo Escarpini Filho e Arnaldo dos Santos Júnior.

O pesquisador acrescenta que os modelos criados possibilitam a realização de estudos e simulações voltados ao objetivo do projeto, que é otimizar o lucro dos produtores. Com esse mesmo objetivo, a pesquisa apresenta também um modelo bioeconômico para determinar o instante de despesca do cultivo do pescado. “Os resultados e informações geradas pelo desenvolvimento do trabalho podem ser utilizadas pelo APL Delta do São Francisco para planejar futuras ações junto aos produtores”, enfatiza Gabriel.

Além da importância para o desenvolvimento econômico e social da região, a pesquisa é uma importante contribuição para a formação acadêmica dos alunos que integram a equipe, futuros engenheiros civis e de produção. “A abrangência do projeto contempla trabalho teórico e prático, como aplicação de questionários, tabulação e análise, realização de experimentos, em especial modelagens e simulações, oportunizando ao aluno pesquisador um maior aprendizado e contribuindo para a sua formação profissional”, destaca o professor Gabriel Badue. Os pesquisadores apresentarão o estudo no Seminário Alagoano de Piscicultura e Jornada Acadêmica do Campus do Sertão, a se realizar em Delmiro Gouveia de 26 a 29 de junho.

Fortalecimento da piscicultura

O Arranjo Produtivo Local do Delta do São Francisco foi criado para consolidar a piscicultura no local, por meio do aumento sustentável da produção, da agregação de valor, e da criação e conquista de novos mercados para os produtos do APL.

Envolve 15 municípios do Baixo São Francisco Alagoano nas regiões da Zona da Mata, Agreste e Alto Sertão de Alagoas: Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Pão de Açúcar, Piranhas, Traipú, Belo Monte, São Brás, Porto Real do Colégio, Igreja Nova, São Sebastião, Penedo, Piaçabuçu, Feliz Deserto, Coruripe e Jequiá da Praia. O território faz divisa com os Estados de Sergipe, Bahia e Pernambuco que, juntos, detêm o maior potencial piscícola do País, o que possibilita um amplo intercâmbio tecnológico e comercial.

As estratégias de atuação do APL Piscicultura Delta do São Francisco têm por base a articulação e realização de rodadas de negociação para executar as ações definidas em um Plano de Ação, discutido e elaborado a cada ano, pelos piscicultores, parceiros e por um consultor especialista. A sua contextualização garante a execução das ações e o alcance dos resultados esperados. As ações são organizadas por serviços de Marketing, Tecnologia, Capacitação, Gestão e Infraestrutura Especializada e Pública, de forma a facilitar as negociações e a implementação das ações.

Entre as principais ações do APL estão: capacitação dos produtores em associativismo, cuidados ambientais, técnicas de produção e gestão; fortalecimento das organizações produtivas; editoração de informativos técnicos; elaboração de pesquisas de mercado, diagnóstico da cadeia produtiva, e dos planos de negócios das unidades de beneficiamento de pescado; construção de infraestrutura especializada; assistência técnica aos piscicultores; e ações para a abertura de novos mercados.