Alagoas

Jornalista e filha de PC Farias encerram o dia de depoimentos

Filha de PC nega problemas entre pai e o tio<strong> </strong>Augusto<strong><br /> </strong>

07/05/2013 23h11
 Jornalista e filha de PC Farias encerram o dia de depoimentos
Ingrid Farias fechou o dia de depoimentos

Thallysson Alves

Os dois últimos depoimentos de hoje no julgamento do assassinato de Paulo Cesar Farias e Suzana Marcolino foram do jornalista Joaquim Carvalho e de Ingrid Farias. Na época do assassinato, em 1996, Joaquim era funcionário da Revista Veja, onde escreveu as comentadas reportagens “Caso Encerrado” e “República de Alagoas”. Já Ingrid é filha de PC Farias, tinha 16 anos e no momento do crime estava com os amigos em uma Festa Junina.

Joaquim lembrou que conheceu PC Farias durante reportagens que ele produziu de 1991 até o ano de sua morte. “Eu escrevi uma matéria sobre a incompatibilidade da vida que ele tinha e a declaração de sua renda – matéria capa da revista. Apurei denúncias, editei a matéria sobre a morte de sua esposa e cobri todo o caso de seu assassinato”, citou.

Sobre a cobertura do Caso PC Farias em 1996, o jornalista revelou que a equipe da revista imaginava, inicialmente, que o crime era queima de arquivo, conspiração. “Nós procuramos exaustivamente, através de várias fontes, como provar o que imaginávamos. Mas tudo indicava que o crime é passional”.

Para encerrar as discussões sobre o assassinato, a revista produziu uma matéria chamada “Caso Encerrado”, onde Joaquim lembra que todo o assassinato foi explicado segundo a ampla apuração que a revista fez. “Nós tínhamos como método de trabalho que a imprensa tinha que dar respostas e não gerar dúvidas”, justificou.

Além dessa matéria, Carvalho recorda que a Revista Veja publicou outra matéria que cita PC Farias: Republica de Alagoas. “Foi uma reportagem que fizemos para mostrar que em Brasília os alagoanos estavam presentes nos mais altos poderes”, explicou.

Filha de PC Farias nega problemas de relacionamento entre seu pai e tio

Após o depoimento do jornalista, a próxima chamada a depor foi Ingrid Farias, filha de PC Farias. Ela disse ter escutado do próprio pai a vontade de acabar o relacionamento com Suzana Marcolino e negou a veracidade das acusações de que Augusto Farias tinha cobiça acerca dos bens do irmão.

Logo no início, o juiz Maurício Brêda deixou esclarecido que Ingrid Farias somente foi convocada para depor por ser filha do assassinado. Ingrid comenta que morou na Suíca entre os anos de 1993 e 1994. “Eu vinha para o Brasil somente três vezes ao ano. Quando eu tinha 14 anos, em 1994, eu vim passar uns dias com meus pais. Foi quando minha mãe morreu, ao meu lado, dormindo. Descobri isso porque minha tia ligou pedindo para falar com ela, foi quando não consegui acordá-la”, lamentou.

Mesmo com a mãe morrendo, Ingrid disse que continuou morando na Suíca. “Eu só vim para Maceió com a morte de meu pai e só tomei essa decisão por causa do meu irmão. No ano em que ele morreu, eu conheci Suzana na Páscoa. Não tinha nada contra ela. Era só mais uma namorada. A Zara foi quem eu conheci melhor. Eu gostava dela. E como ela morava na Inglaterra e eu na Suíça, nós tivemos uma maior aproximação”, contou.

Ingrid também confirmou que após a morte de seu pai, sua tia Eônia assumiu o papel de mãe e seu tio Augusto o papel de Pai. “Mas cada um no seu lugar porque eles nunca se deram bem”, falou. Ela lembra que soube da morte do pai através de seus tios Cláudio e Augusto, e que teve que cuidar do seu irmão. “Ele quase quebrou a casa toda”, enfatizou.

A herdeira também negou que tenha passado por algum tipo de privação financeira. Ela declarou que seu tio Augusto a ajudou muito com as empresas e sempre a deixou a par de tudo. “Meu tio [Augusto] era o nosso tutor e sempre esteve presente em nossas vidas, como minha tia Eônia. Quando completamos a maioridade, ele passou a nos ajudar nas decisões e tia Eônia passou a nos dar muito apoio afetivo. Até hoje é assim”.