Região Metropolitana do Agreste

Sem valorização, professores do agreste cruzam os braços em Alagoas

Por 7 Segundos 15/06/2014 07h07
Sem valorização, professores do agreste cruzam os braços em Alagoas
Professores em protesto no centro de Arapiraca - Foto: Josival Meneses7Segundos

A rede de ensino de alguns municípios da região do Agreste está em crise. Professores insatisfeitos, alunos sem aula, estrutura precária nas escolas. Os profissionais das cidades de Campo Alegre, Arapiraca, Feira Grande, Lagoa da Canoa, Teotônio Vilela e Igaci representados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Educação de Alagoas (Sinteal), não chegaram a um acordo com as prefeituras e a situação não é das mais fáceis.

Os educadores do município de Arapiraca realizaram uma greve por tempo determinado. A mobilização foi iniciada no último dia (3) e durou até esta terça-feira (10). Os docentes pedem reajuste de 8,32%, já que a data-base da categoria é no mês de abril, além da redução da carga horária.

Para a presidente do Sinteal em Arapiraca, Juracy Pinheiro, os gestores este ano foram pressionados por técnicos da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) a não dar reajuste.

“Não dá para fazer essa tempestade, é possível dar o reajuste pelo menos do piso. Tem que ter luta mesmo”, frisou.
 

Juracy explicou que este ano o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) veio menor do que foi previsto, mas em seguida veio o restante, além de uma parcela de janeiro.

“O que os prefeitos têm que fazer é enxugar a folha, mas eles não querem”, ressaltou.•
A presidente do Sinteal completou que a categoria quer continuar na mesma carreira que está. “Não queremos sofrer nenhuma perda”.


 

Juracy acrescentou que o município de Craíbas já deu um reajuste de 8,32% e em Arapiraca está previsto uma mobilização na Câmara de vereadores do município.

Na noite da última terça-feira (10) a categoria participou da Tribuna Livre na Câmara Municipal de Arapiraca, os educadores mostraram a situação aos vereadores. “Eles se sensibilizaram e ficaram de ter uma conversa com a secretária”, colocou Luís André Silva, diretor educacional do Sinteal.

Nesta quarta feira (11), representantes da prefeitura de Arapiraca e do Sinteal se reuniram no Tribunal de Justiça de Alagoas para tentar uma negociação. André Luís, afirmou que a audiência de conciliação foi satisfatória e no dia 9 de julho terá outra audiência com a categoria para que seja feito um acordo. "A reunião foi proveitosa e satisfatória para os trabalhadores", frisou.

O Sinteal de Arapiraca irá realizar na próxima sexta-feira (13), às 14 horas, na Escola Hugo Lima, localizada na Praça Luiz Pereira Lima, no Centro de Arapiraca, uma assembleia para informar à categoria os avanços obtidos.

A reportagem do portal 7 Segundos tentou entrar em contato com a secretária de educação de Arapiraca, Ana Valéria, mas não obteve êxito.

Lagoa da Canoa


O representante do Sinteal no município de Lagoa da Canoa, Cristiano dos Santos, afirmou que as condições da educação no município não são das melhores.  “A merenda às vezes atrasa em algumas escolas, mas chega”, colocou.

Em relação à estrutura das escolas, Cristiano disse que muitas precisam de reforma. “Para os administradores, pintar a escola já é reformar, mas quando acontece algum desabamento, aí eles pensam em reformar de verdade”.

Cristiano explicou que a data-base da categoria é no mês de maio, mas até agora os professores não tiveram nenhum reajuste.

"Eles falam que não terá aumento nenhum. Estamos cobrando apenas a perdas de anos anteriores, pois existe inflação e o nosso salário só desvaloriza”, frisou.

O representante da categoria alegou que os docentes precisam trabalhar os três horários para sustentar a família. “A todo custo querem melhorar a educação do país, diminuindo os índices de analfabetismo, mas isso tem que começar com a valorização do professor”, desabafou.

Os docentes de Lagoa da Canoa pedem um reajuste de 11,62%. Eles iniciaram uma paralisação na última sexta-feira (6) e retornaram as atividades na quarta-feira (11). Semana que vem será iniciado o recesso e dia 27 a categoria realizará uma assembleia.


“Se tiver alguma proposta nós vamos analisar, caso contrário, vamos definir o que será feito”, pontuou Cristiano.

A reportagem entrou em contato com o prefeito do município Álvaro Melo, mas não foi atendida. 

Feira Grande

No município de Feira Grande a categoria iniciou uma greve por tempo indeterminado, no dia 26 de maio, que foi considerada ilegal pela justiça. A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato da categoria no município de Feira Grande.

Campo Alegre

Já no município de Campo Alegre a informação é de que os professores reivindicam um incremento de 15%, no entanto a prefeitura do município deu um reajuste de 1,22% e ameaça a categoria de processo administrativo caso seja realizada alguma greve.

"A gente tem uma noção de que o incremento do Fundeb teve um aumento de 15% e o repasse do Governos Federal foi de 8,32%, mas a prefeita disse que só poderia dar 1,22%", afirmou o vice- presidente do Sinteal da regional de São Miguel dos Campos, Valdir Costa, que também atua na região de Campo Alegre.

Os servidores da educação desse município chegaram a realizar uma paralisação nos dias 5, 6 e 7 de junho.

Vadir contou que uma comissão irá realizar uma visita as escolas do município para fazer um levantamento do funcionários. "Após essas visitas, nós vamos sentar e fazer uma contra-proposta", completou.

O vice-presidente não descarta a realização de uma greve. Segundo ele, a categoria está se sentindo perseguida e assediada moralmente. "Tudo é processo administrativo e suspensão, principalmente com os vigilantes da área da educação", reclamou.

 A reportagem também tentou entrar em contato com a secretária de educação do município, Neide Granja, no entanto, ela estava em reunião e não pôde atender.


 

Em Teotônio Vilela e Igaci a reportagem não conseguiu falar com os representantes da categoria.