Ufal: Arapiraca recebe integrantes de movimento

O município de Arapiraca, no Agreste alagoano, foi escolhido para a realização do 5º Encontro de Administração Política. O movimento surgiu da preocupação de pesquisadores e professores de Administração, inicialmente na Bahia, de enfatizar o aspecto social dessa área, buscando refletir sobre o desenvolvimento da sociedade de forma igualitária e democrática. "Um campo específico que estuda a gestão das relações sociais de produção, circulação e distribuição, criticando uma visão funcionalista e mecanicista do estudo e a formação na área da Administração", explicaram os organizadores na apresentação do evento.
Em todas as edições, os organizadores escolheram cidades de médio porte. O primeiro foi realizado em Garanhuns-PE, em 2010. Depois, os locais escolhidos foram: Juazeiro do Norte-CE, em 2011, Campina Grande-PB, em 2012, e Vitória da Conquista-BA, em 2013. A 5ª edição foi aberta na quarta-feira (30), no cineteatro do Planetário, em Arapiraca. Na mesa da solenidade de abertura estavam Renato Pinto, professor do curso de Administração Pública do Campus Arapiraca e coordenador-geral do evento; Reginaldo Souza, professor de Administração da UFBA e coordenador-acadêmico do Encontro; Eliane Cavalcanti, diretora-geral do Campus Arapiraca da Ufal; Francisco Teixeira, diretor da Escola de Administração da UFBA; João Tude, coordenador do curso de Administração do Campus Arapiraca, e a prefeita de Município, Célia Rocha.
A prefeita Célia Rocha destaca, na abertura, o grande avanço para a região do agreste que a interiorização da Ufal, com a implantação do Campus Arapiraca, em 2006, representou. Ela também deu as boas-vindas aos pesquisadores e estudantes baianos, elogiando a iniciativa. "É gratificante saber que pesquisadores e professores de Administração estão comprometidos em formar profissionais que pensam para além da academia, que fazem pesquisa e produzem conhecimento para a sociedade. Principalmente em cidades do interior que estão crescendo e precisam enfrentar desafios como mobilidade e segurança pública, entre outros; é muito importante contar com esta contribuição intelectual", disse.
A diretora-geral Eliane Cavalcanti enfatiza como foi importante para o desenvolvimento regional, a implantação do Campus Arapiraca da Ufal e a interiorização da Universidade, que hoje também está ativa no Sertão alagoano. "Aqui em Arapiraca, após o desafio que foi consolidar a implantação do campus, tivemos mais uma ousadia, que foi a criação de mais cursos noturnos, entre eles o de Administração, o que possibilitou que vocês estivessem aqui, lotando este auditório, para participar dessa importante discussão", falou a diretora dirigindo-se aos estudantes da área.
Palestra de abertura
Logo após a abertura solene e as apresentações culturais, aconteceu a palestra mais aguardada da noite, proferida pelo reconhecido pesquisador, Theotonio dos Santos Junior, doutor em Economia, professor emérito da Universidade Federal Fluminense (FF) e presidente da Cátedra Unesco/ONU. O palestrante tem uma produção científica e um ativismo intelectual e político que o tornaram referência no Brasil e internacionalmente. É autor de 38 livros, além das coautorias e artigos publicados, sendo um dos intelectuais que formularam as teorias da Dependência e do Sistema-Mundo.
Foi sobre está concepção de hegemonias políticas interligadas mundialmente e em processo de mudança que o professor falou aos participantes do encontro. Sem apoio das tecnologias comumente utilizadas pelos palestrantes para indicar datas e acontecimentos históricos, o cientista social fez um discurso livre que visitou os vários períodos da história da humanidade em todas as partes do mundo. Contextualizando a crise das potências econômicas contemporâneas, o professor explica como o sistema político e econômico está cada vez mais internacionalizado, interferindo, inclusive, na hegemonia mantida pelos EUA desde o pós-guerra.
Theotonio dos Santos também apresenta um panorama histórico do desenvolvimento econômico do Brasil, deste a colonização, com o massacre das nações indígenas e o comércio de escravos africanos, discorrendo sobre como o nosso País, mesmo se tornado produtor exclusivo de várias matérias-primas importantes para o processo de industrialização, como a borracha, manteve uma posição subordinada nas relações econômicas internacionais. As perspectivas atuais também foram discutidas, como a integração do Brasil ao bloco de potências emergentes, como a China, cujo PIB já superou o dos EUA.
Apresentações de trabalhos científicos e debates
O 5º Encontro de Administração Política continua até esta sexta-feira, 1º de agosto, com apresentações de trabalhos científicos dos pesquisadores das várias universidades participantes, que vão compartilhar conhecimentos em cinco linhas de pesquisa. A programação inclui também mesas-redondas sobre Administração Política das Finanças Públicas, Relações Internacionais e um debate sobre O golpe civil-militar de 1964 e a Administração nos Anos de Chumbo, com o professor Claudio Roberto Marques Gurgel, da UFF.
Para conferir a programação completa, consulte o link http://administracaopolitica.com.br/
Para saber mais sobre o movimento de Administração Política, leia o artigo do professor Fábio Guedes, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) da Ufal.
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