Arapiraca

Bombeiras civis divulgam profissão e buscam apoio

Por Clau Soares, especial para o 7Segundos 07/09/2014 07h07
Bombeiras civis divulgam profissão e buscam apoio
Bombeiras em atividade durante evento, em Arapiraca. - Foto: Josival Meneses7Segundos


Tomar para si as rédeas da própria história. A frase mais ligada a livros de autoajuda define bem a iniciativa de um grupo de mulheres anônimas de Arapiraca que decidiu mudar o rumo de suas carreiras profissionais. Elas têm entre 18 e 50 anos, a maioria está desempregada, e querem assumir uma profissão ainda incomum no município: bombeiro civil.

Regulamentada desde 2009, a atividade visa prevenir e combater incêndios em empresas públicas e privadas. Para atuar, é necessário passar por um curso de seis meses e manter-se atualizado. O bombeiro civil não se confunde com o bombeiro militar que tem competência para enfrentar situações que apresentam maior risco à população.

Maryvania Agostinho, de 46 anos, é uma das mulheres que decidiu divulgar a profissão e desbravar o mercado. Ela, assim como outras 17 profissionais, quer atuar plenamente na função. “Estamos defendendo uma causa”, explica. Uma das dificuldades enfrentadas, no entanto, é a preferência dos contratantes por profissionais do sexo masculino. Segundo ela, nenhuma bombeira conseguiu colocação na cidade.

Embora elas consigam atuar eventualmente em eventos, as bombeiras civis querem trabalhar em empresas, onde a presença desse profissional é obrigatória. “Em Arapiraca, a maioria das empresas ainda não contratou bombeiro civil”, revela Cristiane da Costa, de 31 anos, que concluiu o curso, mas também não atua área.

Uma saída encontrada por elas foi pedir o apoio de secretários municipais e de empresários locais. O grupo tem visitado estabelecimentos comerciais locais e conversado com os proprietários para mostrar a importância da profissão para a prevenção de acidentes e ainda para atendimento prévio de casos de urgência.

“Estamos surpresas com o apoio que temos recebido”, afirma Maryvania. Uma das solicitações delas é o patrocínio de um curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) para as profissionais do grupo. Cada aluna precisa pagar R$ 250 pela atualização, mas como estavam desempregadas não tinham dinheiro. Foi aí que surgiu a ideia de pedir a ajuda financeira. Até agora, 15 delas estão com a capacitação paga.

Em troca, elas passam um dia na empresa patrocinadora para verificar as condições de segurança, simular socorro e esclarecer dúvidas. A proposta é mostrar que a presença de uma bombeira civil pode evitar que acidentes ocorram e com isso garantir que a empresa não tenha prejuízos futuros. “O meu fardamento estava guardado há um ano. A gente tem que mostrar que existe essa profissão e que tem área de atuação”, diz Maryvania.

Eliane Paula dos Santos, de 29 anos, é uma das que estão fazendo o curso e participando das ações em empresas privadas e eventos apoiados pela prefeitura municipal. Quando ela começou a fazer o curso de bombeiro civil, em 2013, estava trabalhando, mas ficou desempregada logo em seguida. “No curso, as mulheres começaram a criar um elo muito forte entre si e começamos a nos organizar. ‘Hoje, conseguimos ajuda e também mais força por que há pessoas que acreditam na gente”, ressalta.

Quem quiser ajudar o grupo com oferta de trabalho ou com apoio financeiro para o curso pode entrar em contato com a Maryvania pelo telefone 82 9640.4553.