Alagoas

Coordenadores de Vigilância Epidemiológica e da Atenção Básica discutem controle das zoonoses e endemia

Por Assessoria 29/10/2014 18h06

Coordenadores de Vigilância Epidemiológica e da Atenção Básica dos 102 municípios alagoanos participam, até esta quinta-feira (30), do I Seminário de Atualização em Vigilância e Controle das Zoonoses e Endemias. O objetivo do evento, que teve início nesta quarta-feira (29) e acontece no Hotel Enseada, em Maceió, é promover a integração entre os coordenadores, uma vez que os agravos da Raiva, Leptospirose, Leishmaniose, Esquistossomose, Acidentes por Animais Peçonhentos, Chagas e Peste sempre mudam e devem ter total atenção dos profissionais que trabalham com eles.

De acordo com a responsável pelo Núcleo de Controle de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Silvana Tenório, a esquistossomose e a leptospirose estão entre as doenças mais preocupantes, já que a primeira tem um registro de 15 mil casos positivos por ano, em 70 municípios alagoanos endêmicos. Segundo ela, as consequências para o ser humano são comprometimentos hepático, neurológico, hemorragias digestivas, entre outras.

A leptospirose preocupa, afirma ela, porque o principal reservatório da doença são os roedores domésticos, a exemplo do rato, que ao se contaminar, eliminam a Leptospira no meio ambiente, através da urina, contaminando água, solo e alimentos. A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta da leptospira pela penetração, através da pele lesionada ou das mucosas da boca, narinas e olhos.

 

Escorpião – Silvana Tenório enfatizou que o seminário tem como propósito, ainda, a atualização das informações, bem como relembrar as ações preventivas junto à população, sobretudo com os acidentes envolvendo animais peçonhentos, sendo o escorpião o maior vilão. "O escorpionismo é um dos acidentes de maior magnitude no Estado, sendo registrados em média dois mil casos por mês", destacou a responsável pelo setor da Sesau.

 

Segundo ela, a pessoa mordida pelo escorpião, deve procurar o quanto antes o posto mais próximo – ainda que não sinta dor intensa – para tomar o analgésico e soro antiescorpiônico. Silvana Tenório lembra que os problemas de saúde envolvendo estas doenças não são de responsabilidade apenas do poder público, mas da população, que pode contribuir com ações preventivas.

 

"O alimento do escorpião é a barata, logo a população deve evitar entulhos, restos de construção, deve vedar ralos, evitar lençóis arrastando no chão (para que o escorpião não suba na cama). Temos equipes treinadas para fazer o controle e manejo do escorpião nos municípios", reforçou ela, acrescentando que este ano foram registrados dois óbitos por escorpião, um em Maceió e outro em Pariconha.

 

Raiva – No tocante ao controle da Raiva, Silvana disse que o número de casos também é expressivo. "Temos muitas agressões de cães, gatos e morcegos aos humanos. Quando isso acontecer, a vítima deve se dirigir ao posto de saúde mais próximo para tomar a vacina antirrábica. Dentro da lista nacional de notificação compulsória, o atendimento antirrábico vem em primeiro lugar e, em segundo, por animais peçonhentos (serpentes, aranhas e escorpiões)", destacou Silvana.

 

O seminário desta terça (29) foi voltado aos profissionais da 1ª Macrorregião (que abrange 50% dos municípios) e segue nesta quinta (30), também das 9h às 17h, com os da 2ª Macrorregião. Estão sendo discutidos os aspectos clínicos; diagnóstico e tratamento; ações de controle e situação epidemiológica dos agravos em questão. Zoonoses são doenças típicas de animais que podem ser transmitidas aos seres humanos e vice-versa.