Alagoas

Matadouros em São Brás são autuados pela FPI

Por 7 Segundos 14/11/2014 08h08
Matadouros em São Brás são autuados pela FPI
FPI São Brás - Foto: Assessoria MPE

Pedaços de carne pendurados em ganchos improvisados no telhado de uma casa, vísceras expostas e cheias de moscas, sangue espalhado pelo chão, machado sujo que foi utilizado para matar os animais e ao lado da cabeça de um boi, mau cheiro.

Esse foi o cenário encontrado num matadouro clandestino situado no município de São Brás, na tarde desta quinta-feira (13), durante o trabalho da Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco/Alagoas.

O dono da residência foi autuado pela Adeal. Já o Conselho Regional de Medicina Veterinária expediu auto de infração contra a Prefeitura local, que tem conhecimento do crime contra a saúde pública e não age.

A ação da FPI teve dois alvos clandestinos. No primeiro, Gilvan Alegre Ferreira identificou-se como dono da residência que funcionava como matadouro e alegou que excutava esse tipo de trabalho há cinco meses. "Eu sei que estou errado, mas, essa foi a forma que encontrei para sobreviver", disse ele.

A carne encontrada com o marchante estava sem a devida refrigeração, com pedaços espalhados por quase todos os lugares do casa. Até a cabeça estava depositada sobre o chão.

"A carne não tem procedência e não sabemos em que situação sanitária estava o animal antes do abate. Por enquanto o que posso afirmar é que o matadouro funcionava com ausência total de higiene e sem os devidos cuidados sanitários", explicou a médica veterinária Mariana Macedo.

Outro matadouro

No total, foram dois flagrantes de abate clandestino de animais. No segundo local, ele acontecia no quintal de uma residência, também sem quaisquer condições sanitárias e de higiene. O proprietário também foi autuado. 

"O crime ambiental também ficou configurado porque os efluentes e os resíduos sólidos do abate estavam sendo descartados no meio ambiente, sem qualquer tipo de tratamento. E ainda houve o flagrante do crime de maus tratos, já que o gado era sacrificado através de um instrumento conhecido como chuncho, cujo golpe secciona a medula do animal. O bicho é obrigado a assistir o seu próprio esquartejamento. Isso é uma forma cruel de abate", informou o promotor de Justiça Alberto Fonseca.

"Essas situações serão relatadas pelas equipes da FPI e, depois, vão ser encaminhadas à Promotoria de Justiça de São Brás para a instauração de inquérito civil", explicou a promotora Lavínia Fragoso, coordenadora da Fiscalização Preventiva Integrada.

Toda a carne apreendida foi recolhida e colocada no interior de um caminhão da PRF para, posteriormente, sofrer destruição.

Os trabalhos foram acompanhados pela promotora da cidade, Eloá de Carvalho Melo e ainda por representantes do Crea, IMA, PRF,Vigilância Sanitária e Batalhão de Polícia Ambiental.