Mais de 415 mil alagoanos sofrem com a seca no Estado. A crise já atinge 36 municípios. O problema, que não é atual, foi agravado com a falta de recursos do governo federal destinados ao abastecimento de água. O assunto foi tema de reunião feita nesta segunda-feira (9), na sede do Palácio República dos Palmares, com o governador Renan Filho e oito prefeitos.

Os gestores municipais vieram a Maceió fazer um apelo ao chefe do Executivo estadual: recursos emergenciais para o pagamento dos carros-pipa. O prefeito Jorge Dantas (Pão de Açúcar) resumiu o cenário: “A situação é de desespero. Sofremos com a crise no Rio São Francisco, com a deficiência no abastecimento da Casal [Companhia de Saneamento de Alagoas]. Falta água para o consumo humano”.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), prefeito Marcelo Beltrão (Jequiá da Praia), o reconhecimento da situação de emergência pelo governo federal foi tardio, somente este ano. “O plano de trabalho foi entregue esta semana. Possivelmente, serão mais 30 ou 40 dias até que ações comecem a ser executadas. Não podemos esperar até lá. Os recursos dos municípios estão se esvaindo”, explicou.

Em resposta, o governador Renan Filho foi enfático: “Esse não é um problema dos municípios. É uma questão de Estado. Por isso, vamos estar juntos nesse enfrentamento”. Entre as medidas a serem adotadas está a convocação, possivelmente ainda esta semana, da primeira reunião do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e a efetivação de um contato diário com os gestores para o conhecimento da situação.

Renan Filho assegurou que irá a Brasília com os prefeitos para tentar criar uma agenda positiva de prospecção de recursos. Um contato com a Defesa Civil Estadual será efetuado pelo governador para uma tomada de decisões mais urgentes.