Estudante de direito é agredido porque teria encostado em viatura do Bope
Um relato de um jovem universitário nas redes sociais sobre a agressão sofrida na madrugada deste domingo (28) chama a atenção pela violência cometida por policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) , que segundo o relato, sem nenhum motivo que justificasse a agressão.
A vítima , Fábio Moura, estudante de direito, relata que voltava de um show realizado no bairro de Jaraguá, em Maceió, quando se encostou em veículo branco, para esperar amigos e parentes. O veículo que ele estava encostado estava a serviço do BOPE e por esse motivo, apenas por esse motivo, o estudante levou uma tapa na cara e teria sofrido uma sequência de socos e pontapés que o deixou com vários hematomas pelo corpo. O estudante foi arrastado até um Posto Policial e depois liberado. O estudante disse que vai processar os policiais que cometeram tal injustiça.
O caso desse estudante traz à tona outros casos de abusos cometidos por militares e divulgados amplamente na mídia. Um deles aconteceu há cerca de dois meses, envolvendo o advogado Everton Tyrones, que teve o braço quebrado por militares durante uma blitz de rotina. E recentemente, na última sexta (26) o filho do cantor Geraldo Cardoso, teria sido agredido por militares, inclusive com um tapa no rosto, por estar sem a documentação do veículo que pertencia ao cantor Geraldo Cardoso.
Veja abaixo o o depoimento na íntetra do estudante de direito, Fábio Moura
PEÇO QUE COMPARTILHEM!
Meus amigos do facebook,
venho através dessa mensagem expressar minha indignação com atuação do BOPE.
Eu acho que as imagens falam muito, mas não o bastante. Infelizmente, fui mais uma vítima de uma agressão injusta de um batalhão que é treinado para dar “porrada” ou para quem preferir de usar outra expressão “descer a madeira”.
Pois bem, amigos, dia 28 de junho de 2015, estava eu, Fábio Moura, estudante de Direito da Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (SEUNE) nos festejos juninos ao som de Luan Estilizado no Estacionamento do Jaraguá, situado no bairro do Jaraguá em Maceió-AL. Eram por volta das 02h:40min da madrugada quando estava me retirando da festa e ao se dirigir ao carro, eu, meus dois irmãos, minha cunhada e dois amigos, decidimos ir ao banheiro químico situado em umas das saídas da festa.
Dessa forma foi que eu decidi não ir ao banheiro, uma vez que já havia estado lá a pouco tempo, nisso todos foram menos eu. Daí, então, resolvi encostar-se em um carro branco enorme que estava parado em frente ao banheiro, nem sei qual era o carro, pois eu aqui sou uma pessoa completamente desligada quando se trata de nome de carros ou fabricantes.
Enfim, me encostei à espera dos meus irmãos, amigos e cunhada. Nesse meio tempo, coisa de dez minutos (jogo rápido), dois policiais me abordaram e me perguntaram: “ – Está bom o encosto, rapaz?” E eu, educadamente, respondi eles: “-Desculpa, o carro é seu? Eu estava desligado e não havia visto.” Eles me mandaram, agressivamente em alto e bom som (não tão bom), olhar o símbolo do carro e eu olhei, educadamente, assim como minha mãe e meu pai me ensinaram a ser.
Entretanto, para eles não bastou olhar apenas uma vez (ah, qual é? Vocês sabem como é uma pessoa com “poder” e se sentindo o “fodão” tenta te humilhar ao máximo e gritar com você, pois era isso que estavam fazendo). Eu, então, respondi que não havia necessidade de estarem gritando comigo, e como se não bastasse ficaram gritando feito pessoas desequilibradas me mandaram olhar novamente e eu recusei, pois já havia visto e quando eles me abordaram e perguntaram sobre o carro tomei conhecimento que aquele veículo estava a serviço do BOPE.
Pois bem, me recusei a olhar e disse que os policiais não precisavam gritar e que estavam abusando de sua autoridade como agentes do Estado, visto que não estavam falando com nenhum mau elemento e que eu sabia dos meus direitos. Com esse simples “argumento” devo ter magoado seus pobres corações cheios do poder exacerbado que eles carregam e então começaram a me agredir muito. De primeira levei uma bela tapa na cara, entende? Como se fosse o maior filho da puta do Estado e depois de titubear para trás comecei a gritar com o intuito de alguém interceder, mas meus gritos não eram por ajuda. Fiquei muito indignado, pois nunca havia apanhado de ninguém tão injustamente.
Comecei a gritar que estávamos em democracia e mandei as pessoas filmarem porque aquilo de forma nenhuma estava correto. Gritava com o policial que me agrediu que ele iria ser processado. No meio de socos enquanto me mantinha com a cabeça baixa e pensava que não havia necessidade de estarem me repreendendo daquela forma, pois como ser humano tenho dignidade a zelar, e a única interpretação que eu tive na hora é que eu estava sendo torturado por absolutamente nada numa covarde ameaça aos meus direitos como pessoa, e como diversos tratados internacionais e a própria Constituição diz tal prática é insuscetível de graça ou anistia. Comecei a gritar isso enquanto leva socos e tapas, até que minha cunhada e irmãos entraram no meio daquela balbúrdia toda e me agarraram e ajudaram muito eu não levar mais murros e tapas, mas ainda sim levei muito.
Fui arrastado até um posto policial montado no local onde ao entrar ainda gritava que aquilo estava completamente errado e que não iria ficar por isso mesmo. Aliás, não tenho sangue de barata e sou muito humano. Disseram que eu sabia o que era desacato à autoridade por ser tão “entendido de leis”. Pena que os próprios não sabem o que significa desacato, quando escutei isso dei uma risada e falei que sabia muito bem.
Chegando ao posto policial fui jogado em cima dos demais que estavam detidos ali, uns algemados e outros não. Jogaram-me como se fosse um brinquedo velho e desprezível e eu caí em cima dos outros que lá estavam com medo de ser torturado ainda mais. Foi desumana a forma como me trataram, estou muito indignado e triste por saber que é assim que as pessoas são tratadas e que existe o uso de tamanha violência. Estou tremendo lembrando-se da cena enquanto escrevo este relato.
Pois bem, fiquei em torno de 20 minutos lá sentado junto com os demais, alguns policiais vieram me perguntar algumas coisas e pediram para me acalmar, minhas pernas tremiam sem parar do nervosismo. Respondi com calma as perguntas no meio de alguns policiais que falavam para eu ficar calado, e eu respondia a estes dizendo que só estava respondendo o que o outro havia perguntado. Posso dizer que notei na expressão facial de alguns que os colegas de trabalho haviam cometido uma injustiça.
Meus caros, sei que não estou errado, tanto que não passei 20 minutos ali enquanto os outros estavam lá no posto montado a muito tempo, e não sabia o motivo pelo qual estavam ali. No decorrer desse tempo, falei com um policial e ele estava conversando comigo e expliquei que não estava errado e que acabara que sofrer uma injusta agressão física, moral, pois não era nenhum mau elemento e mesmo que eu fosse é absolutamente desnecessário. Enquanto terminei essa frase, o policial que estava na porta falou alto se dirigindo aos outros que ali estavam: “-Ouviram? Ele não é nenhum vagabundo”. A intenção deste homem era como se quisesse colocar quem estava lá contra mim distorcendo completamente o sentido que havia dado a frase. E comecei a escutar de alguns que estavam lá detidos: “Oh vei, cala boca meu irmão” “fica na tua vei, só vai foder nós aqui”. Mas escutei coisas boas também, como: “solta o cara, vei” “o cara fez nada de errado não, vei” e agradeço a estes se, de alguma forma, esta mensagem chegarem a eles.
Pouco tempo depois, acho que era o policial que estava na chefia, me chamou e eu me levantei e dei poucos passos até a saída. Disse que era pra eu ficar calmo, e eu disse que estava tentando e mostrei que minhas pernas estavam tremendo demais. Não o desrespeitei, reconheço que falei um pouco alto, mas não para atingi-lo, porque vi que ele estava ali para entender e me tirar de lá, mas meus nervos estavam abalados e falava um pouco alto, mas não agressivamente, nem o xingando. Então começaram a pegar meus dados e me liberaram.
Eles não realizaram o procedimento certo para me liberar, visto que sabiam do que havia ocorrido, isto é, bateram, bateram muito depois me soltaram.
Isso foi uma tremenda injustiça, uma vez que eu não sei em qual lei está previsto que encostar-se a uma viatura sem conhecimento ou até mesmo com conhecimento de que seja um automóvel da polícia caracteriza um crime. Além disso, o carro não é do policial do BOPE é do Estado e eu faço parte do Estado como um cidadão. Como se não bastasse ainda percebi que os policiais que me bateram estavam com o nome oculto, isto é, tinha o nome de identificação em suas fardas sim, mas estava coberto por uma faixa preta. Qual o intuito de não se identificarem senhores policiais?
Então, o final foi esse! Fui agredido brutalmente por nada e está aqui está um quase “DOS FATOS” e procurarei meus direitos, custe o tempo que me custar. Não me importo com a demora. Só digo uma coisa: PREPAREM-SE, pois vou tomar conhecimento de quem estava na chefia daquele batalhão e irei atrás de vocês como um cidadão em busca de meus direitos.
Não sou religioso senhores policiais, mas se vocês forem comecem a rezar por sua função como agente do Estado, pois farei o possível para que você perca essa função ou que seja punido da pior forma, mas não como eu tá? Não te desejo isso! Quero que você cumpra tudo conforme a lei.
COMPARTILHEM, PARA QUE SITUAÇÕES COMO ESSAS ACABEM NO FUTURO! E NÃO, MEUS AMIGOS, NÃO CONFIO NA POLÍCIA DO ESTADO BRASILEIRO, NÃO DÁ!